A Polícia Federal do Brasil mandou deter dois capitães da Polícia Militar que ordenaram a retirada das tropas no momento do ataque ao três poderes, no dia 8 de janeiro, em Brasília, no âmbito da chamada "Operação Lesa Pátria".
Um dos detidos é o major Flávio Silvestre de Alencar, que naquele dia ordenou que o batalhão, sob seu comando, abandonasse as imediações do Congresso, um dos três locais atacados por apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, com a justificação que teriam de prestar assistência a colegas feridos.
A sua detenção é uma das duas ordens de prisão preventiva que o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes emitiu, juntamente com outros quatro mandados de captura, todos no Distrito Federal.
Face ás novas ordens, a "Operação Lesa Pátria" está na décima segunda fase desde o seu início, em meados de janeiro. O objetivo agora é identificar os responsáveis, tanto materiais como intelectuais, bem como as autoridades policiais e políticas que foram coniventes com os assaltantes.
Até à data, foram acusadas mais de mil pessoas relacionadas com estes factos. Na fase anterior, os alvos desta operação foram empresários de destaque do agronegócio e pessoas cadastradas como CAC (colecionadores, atiradores e caçadores desportivos), que foram investigados por terem subornado dezenas de autocarros que se deslocaram até Brasília e pelos acampamentos montados às portas do quartel-general do Exército.
Os factos sob investigação configuram crimes como abolição violenta do Estado democrático, golpe de Estado, dano qualificado, associação para cometer crimes, incitação à violência, destruição e deterioração de bens protegidos.