As abelhas da Rainha Isabel II foram formalmente informadas da morte da monarca. O apicultor responsável pelas colmeias da família real seguiu a tradição centenária de alertar as colmeias e de as colocar em luto.
A tradição popular britânica remonta aos séculos XVIII e XIX, mas poderá ter origem na mitologia Celta. Os celtas acreditavam que as abelhas são intermediárias entre o mundo dos vivos e o dos espíritos. Por essa razão, as colmeias são normalmente informadas de nascimentos, mortes, casamentos e outros eventos importantes que ocorram na vida dos seus donos.
É incontestável que a morte da Rainha Isabel II seja um dos momentos mais importantes da vida da família real britânica. Por isso, John Chapple, apicultor do palácio, dirigiu-se a Clarence House e ao Palácio de Buckingham para informar as sete colmeias da familiar real.
"Estou nas colmeias agora e é tradicional quando alguém morre que se vá às colmeias, que se faça uma pequena oração e coloque uma fita preta na colmeia", disse o apicultor ao Mail Online.
Além de colocar um tecido negro em forma de laço sobre as colmeias, o apicultor transmitiu-lhe uma mensagem: “A senhora está morta, mas não fujam. O vosso mestre será um bom mestre para você.”
O processo de informar as abelhas conta também com um período de luto. Além da fita negra, os apicultores deixam comida do funeral nos arredores da colmeia. Segundo a tradição, se as abelhas não forem informadas da morte do seu proprietário, podem parar produzir mel, picar o novo dono ou até morrer.
A Rainha Isabel II era uma conhecida entusiasta da apicultura. Durante anos, a monarca teve uma várias colmeias no terrenos dos palácios. O mel produzido é utilizado pelos chefs da familiar real. O que sobra é vendido e os lucros são entregues a instituições de caridade.