Jornada Mundial da Juventude

Polícias prometem formas de protesto que não abrangem apenas semana da JMJ

A ASPP anunciou a realização de iniciativas "inovadoras e bastante criativas durante, antes e depois" da JMJ, tanto em Lisboa, como junto dos comandos e das dioceses que vão organizar eventos.

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A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) promete várias ações de protesto antes e durante a Jornada Mundial da Juventude, numa altura em que alegam falta de efetivos e de diálogo com o ministro da Administração Interna.

O presidente da Associação disse esta quarta-feira que vão existir mobilizações “na semana das dioceses, que antecede a semana da Jornada” e não só.

“Vamos estar no evento da Jornada a mostrar a nossa insatisfação, de uma forma mais criativa e estaremos em outros eventos paralelos, por exemplo, em eventos desportivos, lúdicos, festivais de verão onde fazemos também questão de estar presentes”, adianta Paulo Santos.

O presidente Paulo Santos avança que as medidas anunciadas pelo ministro da Administração Interna no parlamento são "uma falácia" e "uma provocação".

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, garantiu que os polícias envolvidos na segurança da JMJ vão ter redução de horários, remuneração pelo trabalho excecional e pagamento das ajudas de custos a 100%.

"Controlo de fronteiras, reforço operacional, condições remuneratórias pelo trabalho excecional, ajudas de custo a 100% para deslocados, turnos reduzidos de oito horas para seis horas, condições de alojamento, transporte, refeições, articulação com o Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais e testes às redes de comunicações são algumas das importantes matérias que têm sido acauteladas em tempo", disse José Luis Carneiro durante a audição na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades Garantias.

Paulo Santos, que falava aos jornalistas em frente à Escola Prática da Polícia, em Torres Novas, afirmou que José Luís Carneiro "usa as palavras numa narrativa que engana os senhores jornalistas, os senhores deputados e está a enganar os polícias", mas "não consegue enganar a ASPP".

"Aquilo que o senhor ministro faz com as palavras é uma falácia e é uma provocação aos polícias", afirmou.Segundo Paulo Santos, a redução do horário das oito para as seis horas "contraria completamente aquilo que o senhor diretor nacional disse, que esta redução impunha-se para que os polícias não tivessem oportunidade para se deslocar para se alimentar" e destina-se a "empurrar os polícias para depois prestarem outras seis horas em serviço remunerado".

Para o presidente da ASPP, a comunicação feita pelo ministro visou "confundir tudo, mas não consegue confundir os polícias".