Jornada Mundial da Juventude

Meios de combate a incêndio não vão ser desviados para a JMJ

A garantia é deixada pela Proteção Civil, que adianta que os "dispositivos independentes" e, por isso, "não há uma transição de meios de um lado para outro".

André Fernandes, comandante nacional de emergência e proteção civil
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A Proteção Civil garantiu esta sexta-feira que não vai existir desvio de meios do combate aos incêndios florestais para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que terá um dispositivo de proteção e socorro "distinto e separado" dos fogos.

"Os dispositivos são separados", disse o comandante nacional de emergência e proteção civil, André Fernandes, em entrevista à agência Lusa, sobre o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios a Rurais (DECIR), que está no nível máximo de empenhamento, e os meios da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) mobilizados para a JMJ.

André Fernandes explicou que os meios alocados ao DECIR, que conta atualmente com cerca de 14.000 operacionais de diferentes entidades, são "independentes" e "diferentes" do efetivo mobilizado para a JMJ.

"Não há aqui uma transição de meios de um lado para outro, são dispositivos independentes. Em caso de necessidade, podem, obviamente, dar apoio um ao outro, mas não é isso que nós prevemos", disse.

"Não há aqui problema de um dispositivo tirar meios a outro"

O comandante nacional assegurou que são dispositivos "completamente diferentes e distintos", estando cada um empenhado nas suas áreas de atuação.

"Cada um tem a sua missão e especificidade e, portanto, não há aqui problema de um dispositivo tirar meios a outro", frisou, acrescentando que o DECIR "já está instalado" e o outro dispositivo vai ser "instalado com missões que não concorrem uma com a outra e são separados.

O dispositivo especial de proteção e socorro que a ANEPC montou para a JMJ vai começar na segunda-feira com cerca de 800 operacionais e termina a 10 de agosto. Terá diferentes níveis de empenhamento de meios ao atingir a capacidade máxima nos dias 5 e 6 de agosto com 2.500 bombeiros e 640 veículos.

André Fernandes disse que a ANEPC não tem receios, estando a Proteção Civil a trabalhar perante vários cenários e o pior deles seria um acidente com várias vítimas.

"É aquilo que não queremos que aconteça, isso [acidente com várias vítimas] será sempre o pior cenário, porque socorrer muita gente ao mesmo tempo acaba sempre por ser um desafio", afirmou, dando alguns conselhos aos peregrinos, nomeadamente que tenham atenção à condução e que evitem desidratações ou insolações.

"É importante que as pessoas se hidratem para evitar os golpes de calor"

André Fernandes recomendou aos motoristas dos milhares de autocarros para que cumpram com os tempos de descanso para "evitar e minimizar ao máximo aquilo que são os acidentes rodoviários", que é uma das preocupações da ANEPC, seguida dos eventuais danos provocados pelo calor e sol.

"A hidratação é importante. É importante que as pessoas se hidratem para evitar os golpes de calor e as desidratações ou insolações", disse.

O mesmo responsável disse também ser "expectável que o maior número de ocorrências que vão existir é no âmbito da emergência pré-hospitalar ou emergência médica".

Questionado sobre as comunicações de emergência e numa eventual falha, André Fernandes afirmou que "há um reforço" e "um plano próprio".

"Naquilo que são as comunicações de emergência, temos os 'backups' e os próprios planos que preveem e minimizam ao máximo a falta de comunicações. Não é expectável que existam e, se existir algum engarrafamento na rede, temos os planos de apoio e de reforço às comunicações de emergência", garantiu.

O comandante nacional afirmou que a JMJ, que vai contar com milhares de peregrinos e com a visita do Papa Francisco a Lisboa e Fátima na primeira semana de agosto, é o maior evento que se vai realizar em Portugal, sendo o plano da ANEPC tratado nessa perspetiva e feito com base na orientação e coordenação do Sistema de Segurança Interna.