Jornada Mundial da Juventude

Entrevista SIC

Bispo Américo Aguiar pede opiniões mais construtivas e menos “apedrejamento”

Em entrevista à SIC, o Bispo Auxiliar de Lisboa diz que vê com fair play o protesto de Bordalo II, mas pede que se oiça o "outro lado". Américo Aguiar lamenta ainda o “discurso populista” que se tem montado.

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O Bispo Auxiliar de Lisboa apela a que se equilibrem as críticas aos custos da Jornada Mundial da Juventude. Em entrevista à SIC, Américo Aguiar pede opiniões mais construtivas, e menos palavras de “apedrejamento, só porque sim”.

O presidente da Jornada Mundial da Juventude diz que vê com fair play o protesto de Bordalo II no altar-palco do Parque Tejo. No entanto, diz ser importante “ouvir o outro” lado.

“Não tenho qualquer problema quanto a esta expressão. Temos que ter fair play na manifestação do sentimento de cada um. É importante a pedagogia de ouvir o outro, o que peço é que seja para os dois lados. Ou seja, que seja normal que alguém se manifeste contra, como alguém se manifeste a favor”, afirma.

O dinheiro alocado à realização do evento tem sido uma das críticas que Américo Aguiar mais ouviu. A versão mais recente aponta o dedo ao avolumar de ajustes direitos. O Bispo Auxiliar de Lisboa lamenta o “discurso populista” que se tem montado.

“Não podemos partir do princípio que toda a gente é vigarista e ladrão. Parece-me que há um certo discurso populista de que toda a gente anda a roubar. Não é verdade. Ao longo destes quatro anos vejo, no Governo e autarquias, empenho e dedicação total a ajudar que a Jornada Mundial da Juventude seja exemplar”.

“Tenho confiança nos órgãos de fiscalização. O escrutínio é bem-vindo e deve acontecer sempre. Críticas devem ser mais construtivas e não de apedrejamento só porque sim”, conclui.

Há duas semanas, Américo Aguiar foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco. Questionado sobre o futuro, deixa a porta aberta quanto a um convite do chefe da Igreja Católica.

“Sou escuteiro e estou sempre alerta. A partir do dia 7 de agosto o Santo Padre pode mandar-me para qualquer missão porque estou 100% disponível, tenho sempre a mala pronta para ir para o mundo se for necessário”.

“Para Roma?”, questiona a jornalista da SIC.

“Para Roma ou qualquer geografia”, admite, entre risos.