Jornada Mundial da Juventude

A Igreja como jardim, saúde para o Papa e "Make some noise for Jesus": o primeiro dia de JMJ

São milhares as histórias que os peregrinos da Jornada Mundial da Juventude trazem até Lisboa. O que os move é a fé e a vontade de estar com o Papa Francisco, que chega esta quarta-feira a Lisboa. Fomos de Taiwan a Espanha à boleia das histórias dos peregrinos.

A Igreja como jardim, saúde para o Papa e "Make some noise for Jesus": o primeiro dia de JMJ
Horacio Villalobos

No primeiro dia da Jornada Mundial da Juventude, o Parque Eduardo VII recebeu o mundo. O parque no coração de Lisboa, agora batizado de “Colina do Encontro”, foi engolido por milhares de peregrinos, voluntários, membros do clero e decorado com bandeiras coloridas vindas de todos os continentes.

Foi depois do almoço que começaram a chegar os primeiros peregrinos, num ritmo tímido. No palco, atuava uma banda brasileira católica cujos cânticos motivaram danças e momentos de proximidade entre jovens de vários países. O calor que se fez sentir durante toda a tarde não inibiu os peregrinos de celebrarem o arranque da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa. À sombra, poucos tinham lugar. Só os mais rápidos conseguiram encostar-se a arbustos ou apanhar a sombra de alguns contentores instalados ao longo do parque.

Na primeira fila, estava a irmã Jasmina da Silva, das Irmãs Franciscanas da Nossa Senhora das Vitórias, congregação que levou mais de 50 religiosas à JMJ. Nasceu em Timor, mora em Londres e está em Portugal desde o dia 20 de julho. Chegou bem cedo ao Parque Eduardo VII, porque queria ficar na primeira fila para assistir à missa inicial da Jornada. É a primeira vez que Jasmina irá ver o Papa Francisco e, por isso, pede-lhe que aumente a fé dos cristãos, em particular a dos jovens, para que vivam “no amor, caridade e alegria”.

Jasmina e as Irmãs Franciscanas da Nossa Senhora das Vitórias
DR/SIC

A poucos metros de Jasmina, estava Assis Silva, de 25 anos, natural do Recife, Brasil. Veio à Jornada “renovar a experiência com Deus, através do encontro com o Papa e com os irmãos da Igreja”. Nitidamente animado com o ambiente do Parque Eduardo VII, Assis diz que a Jornada Mundial da Juventude é “ver a Igreja como um jardim, tão florido, tão diferente”. Apesar de se ter perdido três vezes na linha do metro, conseguiu um lugar nas filas dianteiras.

Perto também estava um grupo da Guatemala. Em entrevista à SIC Notícias, Emelym Reyes, de 22 anos, confessa estar com grandes expectativas para a mensagem que o Papa Francisco vai deixar aos jovens em Lisboa. Se pudesse estar com Francisco, pediria a sua bênção.

Cerca das 17:00 horas, subiu ao palco do Parque Eduardo VII um DJ que misturava conhecidas músicas pop com frases como “Thanks God” (Obrigada Deus, em português) e que ia gritando “Make some noise for Jesus” (Façam barulho para Jesus). Nesse momento, a “Colina do Encontro” assemelhou-se a um festival, onde todos dançavam, ao mesmo tempo que se preparavam para a missa.

Num local mais calmo e distante do palco, estava um discreto grupo de Taiwan que já tinha passado por Fátima, no último sábado. Hugo Huang, de 39 anos, admite que ver o Papa é a parte principal da viagem, mas destaca também a interação com a juventude de todo o mundo.

“Queremos levar esta energia e dinâmica para a nossa Igreja em Taiwan”, afirmou.

Sobre os desafios da Igreja Católica, Hugo confessa que, em Taiwan, há uma distância grande entre os católicos mais novos e os mais velhos. Para o futuro, espera que seja possível espalhar a palavra de Deus, respeitando sempre as outras religiões.

O grupo está a “adorar” a estadia em Portugal, em particular, os abraços. “Em Taiwan, quando nos conhecemos só apertamos a mão e sorrimos. Aqui todos se abraçam”.

Grupo de Taiwan, no primeiro dia da Jornada Mundial da Juventude
DR/SIC

Também da Ásia, a SIC Notícias falou com um pequeno grupo do Japão. Não é a primeira vez de Keiya Yokoyama, de 20 anos, em Portugal. Já esteve no Santuário de Fátima anteriormente e vai aproveitar para voltar agora no âmbito da Jornada Mundial da Juventude.

“No Japão, não há muitos jovens católicos, por isso, estou muito feliz por estar aqui agora. Muitos jovens estão a afastar-se da Igreja, espero que mais jovens regressem", disse Keyia.

Ao Papa Francisco deixou uma mensagem: “Mantenha-se com saúde”.

Grupo do Japão no primeiro dia da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa
DR/SIC

Da Costa Rica, até Espanha, passando por Itália, os jovens peregrinos mostraram-se encantados com Portugal e, a poucas horas da chegada do Papa a Portugal, agradecem a Francisco e pedem que lhes conceda bênçãos.

“Agradecia porque ele é a cara da Igreja. A cara da Igreja jovem porque confia na juventude e confia que o futuro está nas nossas mãos”, disse Julia Bartolomé, de Madrid, Espanha.

Grupo de Madrid, Espanha, no primeiro dia da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa
DR/SIC
Grupo da Costa Rica no primeiro dia da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa
DR/SIC