O Papa Francisco fez o terceiro discurso na cerimónia de acolhimento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), na “Colina do Encontro”.
Numa mensagem vigorosa dirigida aos jovens peregrinos no Parque Eduardo VII, o Papa Francisco evocou uma Igreja aberta a todos, alertou para os perigos das redes sociais e pediu, mais uma vez, que a coragem tome o lugar do medo.
"No princípio da vida, antes dos talentos que temos, das sombras que temos dentro de nós, fomos chamados. Porquê? Porque somos amados. Aos olhos de Deus somos filhos preciosos", começou por dizer Francisco.
E continuou, pedindo aos jovens que, por estes dias de Jornada Mundial da Juventude, sejam capazes de ajudar os outros a reconhecerem esta realidade.
"Somos amados tal como somos, não como gostaríamos de ser. E é este o ponto de partida para a Jornada Mundial da Juventude. Somos chamados como somos, sem qualquer tipo de maquilhagem", referiu.
O Papa Francisco alertou para as "ilusões do mundo virtual", que trata todos como algoritmos, dizendo que "muitas realidades que atraem vêm depois mostrar-se o que são: coisas vãs, supérfluas, coisas que não servem e que nos deixam vazios".
Francisco garantiu que "na Igreja há espaço para todos".
"Amigos, quero ser claro convosco, que sois alérgicos à falsidade e à palavra vazia. Na Igreja, há espaço para todos, para todos. Na Igreja, nenhum sobra, nenhum está a mais, há espaço para todos, assim como somos", afirmou Francisco
Segundo o chefe da Igreja Católica, "jovens e velhos, saudáveis e doentes, justos e pecadores, todos, todos, todos, na Igreja há lugar para todos". Às centenas de milhares de jovens, "todos juntos", pediu que dissessem e repetissem "todos, todos".
Prosseguindo com a premissa do chamamento de Jesus, Francisco afirmou que os membros da Igreja não são os melhores, aliás, são pecadores e que, mesmo assim, são chamados tal e qual como são, com as "limitações, alegrias e vontade de ser melhor".
"Deus ama de surpresa, ele não está programado. O amor vem de surpresa, deixa-nos alerta e surpreende-nos. Queridos amigos e amigas, convido-vos a pensar nesta beleza: Deus ama-nos como somos, não como queríamos ser, nem como a sociedade quereria que fôssemos", disse.
Terminou dizendo: "Não tenham medo, tenham coragem, sigam adiante", pedindo aos jovens que gritassem: "Deus ama-nos".