Jornada Mundial da Juventude

Orquestra de jovens de uma favela do Rio de Janeiro em Portugal para celebrar a JMJ

A Orquestra social "Maré do Amanhã" foi fundada por Carlos Eduardo Prazeres, filho do maestro português Armando Prazeres, que foi sequestrado e assassinado em 1999, precisamente na favela da Maré, no Rio de Janeiro.

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A orquestra social brasileira "Maré do Amanhã", constituída por jovens de uma favela do Rio de Janeiro, está em digressão por várias cidades portuguesas durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e quer ser "abençoada" pelo Papa Francisco. Um desejo que voltou a manifestar Carlos Eduardo Prazeres, fundador da orquestra, em entrevista à Reuters, que saúda a Jornada em Portugal e confessa a crença “na bênção do representante de Jesus na Terra”.

Carlos Eduardo Prazeres é filho do maestro português Armando Prazeres, que foi sequestrado e, mais tarde, assassinado, em 1999, precisamente na favela da Maré, de onde vêm 98% dos jovens que ainda hoje constituem a orquestra, segundo o seu fundador.

Desde 20 de julho, que os jovens desta orquestra estão a fazer apresentações em Lisboa, Cascais, Porto e Arouca, terra onde nasceu o pai de Carlos Prazeres.

'Flashmobs' e concertos em vários pontos do país


A orquestra apresenta 'flashmobs' em pontos turísticos de Lisboa, Porto e Cascais em ponto turístico, como é o caso do miradouro de São Pedro de Alcântara, como registou a reportagem da agência Reuters, e também dará concertos em espaços fechados, como a Catedral do Porto.

Caue Santos e Ana Sousa, dois jovens que integram a “Maré do Amanhã” e atuaram em São Pedro de Alcântara, explicam à Reuters o privilégio em integrar uma orquestra que “salvou muitas pessoas” e permite concretizar sonhos e dar uma oportunidade a jovens que vivem em condições muito complicadas.

O repertório é variado para todos estes eventos e vai desde Guns'n' Roses, música clássica, The Beatles e até Anitta.

Orquestra eleita Património Cultural Imaterial do Rio de Janeiro


O Complexo da Maré é um dos maiores conjuntos de favelas do Rio de Janeiro. De 2010 para cá, o projeto social, que começou com apenas 26 alunos, já tem mais de 4.200 crianças e jovens, sendo que 3.700 estão em "pré-escolas".

Eleita este ano como Património Cultural Imaterial do Rio de Janeiro, a orquestra já inaugurou dois núcleos no estado brasileiro do Pará, um numa comunidade ribeirinha e outra numa comunidade de quilombola.