O countdown chegou ao fim, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) terminou no Passeio Marítimo de Algés com cerca de 25 mil voluntários, que durante meses prepararam a chegada deste tão aguardado e acarinhado evento.
Milhares de voluntários, os que puderam estar presentes, esperavam o Papa Francisco com muito entusiasmo. Depois de uma preparação de quase um ano, não era o calor que os ia demover. Enquanto aguardavam, abanavam várias bandeiras, cantavam, aplaudiam e em uníssono repetiam “Esta es la juventude del Papa”.
Sete voluntários falaram com a SIC Notícias e deram os testemunhos da sua experiência na JMJ. A jovem Maria Ana diz que a oportunidade aconteceu porque já teve em duas jornadas e, agora, sentiu que "em Portugal devia estar do outro lado e proporcionar aos outros o que me proporcionaram a mim”.
Infelizmente, a jovem voluntária não teve oportunidade de assistir ao vivo aos outros discursos do Papa Francisco porque era precisa na paróquia.
“Agora, depois da JMJ é que vou ter tempo para ler e ouvir o que o Papa nos disse”, referiu.
Vindo diretamente da Catalunha, Espanha, José Maria Dominguez, escuteiro, confessa que lhe pareceu “genial” vir até Lisboa. Considerou que foi uma “experiência muito intensa: conheci muita gente e vi um bocadinho o Papa". Apesar do cansaço e do calor, leva “bons recuerdos”.
No caso de Rute Falcão e Flávia Francisco, voluntárias portuguesas, afirmam que a experiência foi interessante e “muito desafiante”. Apesar de estarem exaustas, as duas voluntárias sentiam-se com “o dever de missão cumprida".
E o “preço” da Jornada? É a crítica mínima que se pode fazer neste evento tão grande
Uma das polémicas mais comentadas no decorrer da organização da JMJ foi os voluntários terem de pagar para participar no evento. Para Diana, a experiência valeu qualquer valor pago para ser voluntária.
“Paguei porque acho que é um valor mínimo e base de uma semana em que está tudo feito. Está tudo integrado. A logística foi inacreditável. Nunca faltaram refeições. A experiência que eu vivi e o valor nem vou dizer, porque acho que [o preço] é mínimo”.
Como caracterizam numa palavra este evento histórico?
Marta, voluntária em Lisboa, resumiu a semana de voluntariado numa palavra: crescimento. Para a voluntária não foi apenas “crescimento pessoal”, também cresceu como ser humano e “ver tanta gente a trabalhar pela mesma razão, não só para ver o Papa, mas também ver que não estamos sozinhos, foi incrível”.
Francisca fala num espírito de serviço e sacrífico, que, tal como o Papa disse, “só assim conseguimos ter a alegria de servir”. E é isso que muitos voluntários levam desta experiência: “é darmos aos outros de tal forma que nos esquecemos de nós próprios. E não há maior alegria do que essa”.
“É uma alegria imensa ver tanta gente jovem junta. Saio daqui de coração cheio”, diz Francisca, emocionada.
Diana relembrou palavras que são muitas vezes ditas na Igreja, “viver em desconforto”, usando o exemplo do que aconteceu na vigília no Parque Tejo.
“Acho que esta noite ninguém dormiu confortável naquele recinto, mas estava tudo a cantar e a vibrar. Foi tão bom que saímos todos a transbordar de alegria”.
Agora que a JMJ terminou, Diana quis recordar o caminho que teve de fazer até aqui e um presente muito especial que recebeu com uma das atividades que os milhares de voluntários tiveram de fazer: o gesto missionário.
O gesto missionário foi um projeto feito em Portugal nesta Jornada, que teve como objetivo chegar às pessoas que não conseguiam estar presentes na JMJ. Muitos voluntários foram a prisões, hospitais, lares ou orfanatos.
No caso de Diana, foi a um estabelecimento prisional e descreve a experiência como “inacreditável”. Muitos dos reclusos agradeceram a iniciativa.
“Disseram-nos que além de lhes termos feito o dia, lhes tínhamos feito o ano e fizeram-me prometer que teria no meu pulso as pulseiras com o nome deles. E aqui estão", mostrou.
O Papa terminou a Jornada com um agradecimento aos cerca de 25 mil voluntários presentes e dois pedidos: “Sejam surfistas do amor e que continuem a cavalgar as ondas da caridade” e ”rezem por mim".