Jornada Mundial da Juventude

JMJ: Chega exige "todos os contratos de ajuste direto" para escrutínio no Parlamento

Só depois de terminada a Jornada Mundial da Juventude, o Chega quebrou o silêncio. Pela voz do líder chegou o anúncio de que o partido vai exigir no Parlamento a entrega de “todos, todos os contratos de ajuste direito”, apesar de já estarem disponíveis para consulta no Portal Base, para serem escrutinados na AR.

JMJ: Chega exige "todos os contratos de ajuste direto" para escrutínio no Parlamento
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/Lusa
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Em conferência de imprensa, André Ventura anunciou que o Chega vai exigir no Parlamento a entrega de “todos, todos os contratos de ajuste direito” para “serem escrutinados pelos partidos políticos”, bem como pedir explicações ao ministro da Administração Interna sobre as condições de alojamento dos polícias destacados para a região de Lisboa durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

“É importante que não fique um cêntimo sob suspeito”, vincou André Ventura citando o presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, Américo Aguiar, exigindo a entrega de "todos os contratos de ajuste direto, de natureza nacional ou autárquica", apesar de estarem disponíveis para consulta no Portal Base, "para serem escrutinados no início da próxima sessão legislativa".

O Chega, que durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) se remeteu ao silêncio, criticou a falta de planeamento e destacou que as forças de segurança são "quem merece os elogios”.

"Ao longo dos últimos dias recebemos algumas fotos e imagens onde pernoitavam os agentes de segurança deslocados do país inteiro para vir para Lisboa ajudar nesta organização. Estas condições tirariam dignidade a qualquer país democrático e às suas forças de segurança, e o Chega vai questionar o senhor ministro da Administração Interna sobre isto", afirmou.

Ainda no que toca à JMJ, o presidente do Chega quer respostas do Governo também sobre os "vários inscritos que continuam em parte incerta".

"Os números não são claros para todos, mas há uma coisa que parece evidente, não sabemos de muita gente que se inscreveu nesta jornada", alegou, referindo que "o Chega questiona hoje também o senhor ministro da Administração Interna" sobre as "pessoas cuja localização é até este momento desconhecida, e que vêm de países diferenciados, de África, Médio Oriente ou outros".

O líder do Chega quer saber "se a segurança foi para lá da JMJ, ou se se reduziu a um artifício pontual e a uma encenação durante os dias de presença do Papa Francisco" no país e defendeu ser "importante que todos agora continuem o mesmo esforço de segurança para garantir que nenhuma ameaça ficou em Portugal ou na Europa".

Num balanço sobre como decorreu a JMJ, André Ventura saudou a organização, mas ressalvou que, "se com a Igreja, com a organização da JMJ, os serviços de saúde, as forças de segurança, a JMJ correu de forma muito positiva, o mesmo não se pode dizer daquilo em que o Governo teve de interferir", apontando que "os postos de assistência do INEM eram escassos, as zonas de sombra e de acessos estavam mal organizadas" e que se registaram dificuldades na mobilidade.

Quanto ao silêncio durante a JMJ, o líder do Chega salientou que o partido “fez-se representar oficialmente” e que ele próprio marcou presença num evento "a título pessoal".

Questionado sobre as mensagens transmitidas pelo Papa Francisco, Ventura considerou que o líder da Igreja Católica podia ter sido "mais duro com aqueles que culturalmente estão a atacar os pilares fundamentais da civilização cristã".

"O Papa quando diz que a Igreja é para todos está na posição certa porque a mensagem de Jesus é para todos também. Acho que a Igreja deve evitar fazer juízos de natureza política sobre direita e a esquerda ou sobre os partidos pró imigração e contra imigração", acrescentou.