Atleta australiano amputa parte de um dedo para marcar presença nos Jogos Olímpicos

Ao invés de ficar a recuperar de uma lesão durante meses, Matt Dawson preferiu encurtar o período de paragem de forma drástica. Este sábado, duas semanas depois de ter amputado parte de um dedo da mão, o jogador de hóquei em campo vai participar nos Jogos Olímpicos.

Matt Dawson, jogador australiano de hóquei em campo.
Alexander Hassenstein

Um jogador australiano de hóquei em campo decidiu amputar parte de um dedo da mão para participar nos Jogos Olímpicos, que arrancam esta sexta-feira, em Paris.

Há duas semanas, quando treinava em Perth, na Austrália, Matt Dawson partiu gravemente um dedo da mão direita.

Contudo, no sábado (dia 27), dezasseis dias depois do incidente, o atleta vai voltar a entrar em campo contra a seleção da Argentina, naquela que será a estreia de australianos e argentinos na edição deste ano dos Jogos Olímpicos.

Matt Dawson só poderá ir a jogo porque tomou uma decisão que, certamente, poucos tomariam.

Como a recuperação iria prolongar-se por largos meses, o jogador de hóquei em campo decidiu amputar a falange de um dedo da mão direita, escreve a BBC.

Dawson já admitiu à imprensa australiana que a lesão que sofreu foi tão grave que desmaiou assim que viu o estado em que ficou o dedo.

Devido à complexidade do problema, mesmo com cirurgia, a recuperação iria demorar meses, o que faria com que o atleta de 30 anos perdesse os seus terceiros Jogos Olímpicos da carreira. Com a amputação depois de 10 dias estaria apto a jogar. A decisão foi tomada no dia.

"Estou definitivamente mais perto do fim da minha carreira do que do início e, quem sabe, esta pode ser a minha última [Olimpíada] , e se eu sentisse que ainda podia dar o meu melhor, então era isso que eu ia fazer (...) Se tirar a parte superior do meu dedo fosse o preço que eu tivesse de pagar, era isso que eu faria", disse Matt Dawson ao podcast Parlez Vous Hockey, citado pela BBC.

"Para ele foi uma decisão fácil"

O capitão da seleção australiana de hóquei em campo, Aran Zalewski, assumiu que a decisão de Matt chocou, mas também impressionou o grupo.

"Quando se passou uma vida inteira de escolhas e sacrifícios para vir competir ao mais alto nível, acho que para ele foi uma decisão fácil", considerou.

O treinador, Colin Batch, também elogiou a decisão do jogador, que esta semana já voltou aos treinos.

"Nota máxima para Matt. Obviamente, ele está muito empenhado em jogar em Paris. Não tenho a certeza se o teria feito, mas ele fê-lo, o que é ótimo", disse ao canal Seven News Network da Austrália.

Os 'cucaburras' - alcunha da equipa australiana de hóquei em campo – tentam regressar ao pódio, em Paris, depois de em 2020, em Tóquio, terem conquistado a medalha de prata.

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