Com uma cerimónia de abertura marcada pelo espetáculo que percorreu a cidade de Paris, a expectativa para os Jogos Olímpicos deste ano é grande. Neste artigo, deixamos 8 sugestões de documentários sobre a competição disponíveis em várias plataformas de streaming.
"Simone Biles Rising"
Simone Biles desistiu dos jogos de Tóquio em 2020, individualmente e em grupo, por questões relacionadas com a saúde mental. Considerada uma das melhores ginastas do mundo com sete medalhas olímpicas, o regresso da atleta norte-americana de 27 anos é um dos mais aguardados desta edição.
O documentário da Netflix conta apenas com 1 temporada, dividida em duas partes: os primeiros 2 episódios pré-competição, e os 2 últimos que vão acompanhar a atleta em Paris e que devem ser divulgados este outono.
Na primeira parte, a atleta relata a preparação para os Jogos Olímpicos de Paris. Simone Biles conta as dificuldades psicológicas que atravessa e como consegue gerir a pressão da competição, os treinos e a vida pessoal. O documentário acompanha ainda o dia-a-dia da ginasta no que toca à preparação física, com o apoio do marido, o jogador da NFL Jonathan Owens.
Fora da competição, o abuso sexual e o racismo que sofreu, também são temas abordados nos episódios em que a atleta reconstitui a história de um desporto tão tóxico, quanto fascinante.
"Fists of Freedom: The Story of the '68 Olympic Games"
Tommie Smith e John Carlos são as estrelas deste documentário. No auge do movimento afro-americano pelos direitos civis, os dois atletas subiram ao pódio e mudaram a história da competição: quando foram receber as medalhas (200 metros, ouro e bronze), os velocistas fizeram um protesto silencioso contra o racismo, com uma saudação ao Black Power em que levantaram os punhos com luvas pretas. O momento aconteceu apenas três meses após o assassinato do líder Martin Luther King.
O documentário da HBOfoca-se neste episódio, descrito como eletrizante e controverso, que trouxe a tensão racial da política norte-americana para o cenário internacional.
"Visions of Eight"
Retrata um dos momentos mais marcantes e aterradores da história dos Jogos Olímpicos. Neste documentário, um grupo de 8 cineastas de diversos países juntaram-se para contar o ataque terrorista que marcou a edição de 1972 em Munique, na Alemanha, e que provocou a morte de 11 atletas e treinadores israelitas na vila olímpica. O documentário trabalha tanto o impacto nas equipas dos países de origem dos realizadores, como analisa os momentos antes da competição.
O massacre aconteceu quando, a 5 de setembro, as vítimas foram feitas reféns e assassinadas pelos terrorista da organização Setembro Negro, fundado apenas 2 anos antes do atentado. A tragédia aconteceu na segunda semana da competição, numa edição em que a segurança não estaria tão apertada como o suposto para evitar uma ideia de militarização no país, deixada na competição de 1936 quando Adolf Hitler a usou em seu proveito.
"One Day in September"
Numa outra perspetiva, desta vez dirigido por Kevin Macdonald, o documentário lançado há 25 anos também analisa os acontecimentos mais assustadores dos Jogos Olímpicos. Além das 11 vítimas da delegação de Israel e de um polícia alemão, os 5 terroristas também acabaram mortos.
No ScreenPix via YouTube, analisa a resposta, para alguns desadequada, das autoridades alemãs face ao atentado. E contém entrevistas a familiares das vítimas, mas também a Jamal al-Gashey, o último sobrevivente do grupo Setembro Negro.
"Olympia"
Olympia retrata a última e mais controversa edição dos Jogos Olímpicos antes da Segunda Guerra Mundial. Trata-se da primeira longa-metragem sobre a competição em 1936 em Berlim, manchada pela associação ao regime nazi, que a financiou.
Disponível no Prime Video, a produção expressa a atitude dos nazis em relação aos Jogos Olímpicos e mostra ainda a iluminação da tocha no estádio. Entre os temas mais polémicos, estão as imagens de Adolf Hitler, chocado quando o atleta norte-americano, o negro Jesse Owens, ganhou 4 medalhas de ouro no atletismo (100 metros, 200 metros, salto em distância e 100 metros estafetas), um feito sem precedentes.
"Icarus"
O documentário descreve o percurso de um ciclista norte-americano, envolvido num escândalo de doping. Vencedor de um Óscar em 2017, o objetivo não era a melhoria do desempenho, mas sim provar que as falhas nos testes que detetam este tipo de substâncias.
Depois do terramoto provocado pelo caso de doping do atleta Lance Armstrong, o cineasta Bryan Fogel voltou ao tema com a Netflix, com a ajuda de Grigory Rodchenkov, um russo e então diretor do laboratório antidoping da capital Moscovo. No centro das atenções, a história do cientista revela um esquema de doping patrocinado pelo Kremlin, cujas provas do envolvimento do governo foram entregues ao jornal New York Times e à Agência Mundial Antidopagem.
Rodchenkov foi perseguido pelo regime de Vladimir Putin e teve de ser colocado no programa de proteção de testemunhas.
"Dream On"
Nos Jogos Olímpicos de 1996, em Atlanta, a seleção feminina de basquetebol dos Estados Unidos dominou a competição: venceram 8 jogos e nunca perderam. Com a medalha de ouro conquistada, parece uma edição de sonho para as atletas da equipa.
Por trás da competição estava o peso da responsabilidade já que, caso falhassem, caía por terra o sonho da NBA lançar a versão feminina, a WNBA. As atletas tornaram-se numa inspiração para milhares de jovens, sendo que o documentário (em stream na ESPN+) foca a dura preparação das atletas durante 14 meses antes da competição, com 25 entrevistas e imagens inéditas selecionadas entre mais de 500 horas.
"The Price of Gold"
Tonya Harding deve ter uma das poucas histórias mais sórdidas e envolventes da competição. A conhecida competição entre a patinadora artística com Nancy Kerrigan atingiu o auge dos escândalos na década de 90.
O documentário revisita a época de janeiro de 1994 quando Kerrigan levou uma pancada no joelho, poucas semanas antes dos Jogos Olímpicos de Inverno em Lillehammer, na Noruega. E desvenda a rapidez com que o mundo percebeu que tudo não passou de um ataque planeado por Jeff Gillooly, marido de Tonya Harding, numa tentativa de favorecer a mulher na competição, bem como o seu potencial financeiro.
Com transmissão na ESPN +, é ainda explorado o impacto da imagem e classe social que claramente distinguiam as atletas.
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