Filipa Martins considera que falta uma estrutura de apoio e um maior acompanhamento na ginástica, em Portugal. A ginasta portuguesa, que alcançou a melhor marca de sempre nestes Jogos Olímpicos de Paris, defende que os resultados na modalidade poderiam ser ainda melhores se houvesse mais apoio.
“Falta uma estrutura de apoio, um acompanhamento mais diário”, explica Filipa Martins, em entrevista à SIC Notícias.
A atleta considera que a modalidade “tem vindo a crescer muito ao longo dos anos”, mas “ainda precisa de um empurrãozinho”. “De mais visibilidade”, aponta. “Que Portugal fale mais sobre ginástica e saiba o que é ginástica.”
Um feito histórico na ginástica portuguesa
Filipa Martins conseguiu, nos Jogos Olímpicos de Paris, o 20.º lugar, o melhor resultado de sempre para a ginástica portuguesa. Foi a terceira participação olímpica da ginasta de 28 anos, natural do Porto (que tinha ficado em 43.º lugar em Tóquio, em 2021, e na 37.º posição no Rio de Janeiro, em 2016).
A atleta não esconde o orgulho perante o resultado alcançado. Questionada sobre que nota, de zero a dez, daria a si própria pela prestação, Filipa sorri e responde: “Um onze”.
A ginasta admite que não pensava conseguir uma qualificação tão boa, apesar de ter trabalhado muito para esse objetivo.
“Os Jogos Olímpicos não se preparam em meses. Preparam-se em anos”, lembra atleta, que diz que os últimos três foram “os mais duros” da carreira, em termos de lesões.
As lesões obrigaram Filipa Martins a alterar a forma de treinar. A maior maturidade e a conversa com os treinadores foram fatores que ajudaram na preparação, afirma. Ainda assim, admite não ter conseguido dormir, na noite antes da prova, a pensar no novo salto que ia executar.
No final, tudo correu pelo melhor. “No dia da competição, ficámos muito felizes”, conta a ginasta.
“O meu treinador repetiu-me a pontuação que tive umas dez vezes depois da prova! Se calhar, um bocadinho mais”, ri.
“Os Jogos Olímpicos mostram os valores que o desporto nos dá”
Filipa Martins revela também como é partilhar a competição com Simone Biles – considerada por muitos a melhor ginasta de todos os tempos. A atleta portuguesa afirma que é “um ambiente completamente diferente” competir no mesmo recinto que a norte-americana.
“A Simone Biles revolucionou um bocadinho o mundo da ginástica”, declara Filipa Martins. “Sem ela, a ginástica não tinha evoluído tanto.”
Este espírito de reconhecer a qualidade dos outros atletas é uma das mais-valias das olimpíadas, aos olhos de Filipa Martins.
“Os Jogos Olímpicos servem para mostrar estes valores que o desporto nos dá. Queremos muito ganhar, mas também queremos muito que o outro seja bom”, conclui a atleta.
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