Polémicas

Cartaz que lembra vítimas de abusos na Igreja removido em Oeiras

Grupo instalou três cartazes na madrugada desta quarta-feira, dia em que o Papa Francisco chegou a Portugal. Organizadores acusam a autarquia de Oeiras de ter removido o exposto em Algés.

Momento em que funcionários municipais retiram o cartaz erguido por um grupo que procura lembrar as vítimas de abusos na Igreja Católica
Momento em que funcionários municipais retiram o cartaz erguido por um grupo que procura lembrar as vítimas de abusos na Igreja Católica
Ana Brigida/AP Photo

Um grupo de cidadãos que ergueu na madrugada desta quarta-feira três cartazes em Lisboa, Loures e Algés (Oeiras) a denunciar os abusos sexuais sofridos por milhares de crianças na Igreja Católica, de forma a assinalar a chegada do Papa Francisco, acusam a autarquia e a Polícia Municipal de Oeiras de ter retirado ilegalmente aquele que fora colocado naquele concelho.

"Não contactaram o fornecedor dos cartazes, que é o dono da estrutura. Confirmei com ele que a estrutura está legal e foi tudo feito de acordo com a legalidade. Foi-lhe adjudicado o trabalho por nós, aluguer de estrutura, impressão e montagem de tela", afirma Telma Tavares, membro do grupo, adiantando que o mesmo estava "em contacto com o fornecedor desde quinta-feira" passada.

O caso foi denunciado nas redes sociais, mencionando a “censura” de “um memorial” que o grupo quis erguer pelas vítimas, deixando “uma mensagem política”.

As "artes finais foram entregues na sexta e a montagem aconteceu esta madrugada [de quarta-feira]", de forma a coincidir com a chegada do líder da Igreja Católica a Portugal.

O grupo acredita que a remoção do cartaz aconteceu por mão da Polícia Municipal de Oeiras por terem "tido essa indicação e recebido fotografias dos agentes à volta do cartaz" durante a manhã.

A SIC Notícias pediu esclarecimentos à Câmara de Oeiras, que disse apenas que: "No município de Oeiras toda a publicidade ilegal é retirada, neste e em todos os casos".

O caso foi tornado público depois de uma jornalista da agência Reuters questionar Artur Querido, porta-voz do Serviço de Segurança Interna, numa conferência de imprensa diária, no âmbito da operação de segurança da JMJ. Naquele momento, afirmou que não tinha conhecimento deste episódio.

Os restantes dois cartazes, colocados junto ao Tribunal de Loures e na Alameda, em Lisboa, permanecem intactos.

[Notícia atualizada às 17:35]