A informação foi publicada hoje pelo jornal brasileiro O Globo, que cita parte da queixa disciplinar apresentada pela defesa do ex-Presidente.
De acordo com o documento citado pelo jornal, os advogados Cristiano Zanin e Roberto Teixeira solicitaram que "sejam tomadas sob o regime interno do CNJ medidas para a possível imposição de sanções disciplinares" contra Sérgio Moro.
No documento, a defesa pede ainda que o juiz seja notificado para fornecer informações no prazo de 15 dias "sem prejuízo de outros procedimentos necessários para determinar a plausibilidade da acusação" de Lula.
Lula da Silva foi interrogado na quarta-feira ao longo de cinco horas por Sérgio Moro, responsável pela investigação do enredo de corrupção que operava na companhia petrolífera estatal Petrobras, num caso que se refere à alegada "ocultação de propriedade" de um apartamento de luxo no litoral do Estado de São Paulo.
O bem imobiliário aparece nos registos como propriedade da empresa OAS, uma das envolvidas no escândalo da Petrobras, mas de acordo com a acusação o verdadeiro dono seria Lula da Silva, que teria recebido o imóvel em troca de "favores" em contratos da construtora com a Petrobras.
Os advogados do ex-chefe de Estado, que tem mais quatro casos levados à Justiça por suposta corrupção, haviam pedido autorização para gravar em vídeo e áudio o interrogatório, para o que citaram os princípios da publicidade e da ampla defesa, o que foi negado por Sérgio Moro.
"Não há lugar em um estado democrático de direito para um juiz que acredita estar acima da lei", lê-se no documento enviado pelos advogados de Lula da Silva ao CNJ.
Lula da Silva, apesar das investigações de que é alvo, lidera as sondagens na corrida para as eleições presidenciais de 2018.
Lusa