O consórcio que inclui o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais vai mesmo a julgamento pelo surto de legionella no Hospital São Francisco Xavier, em 2017. É acusado de responsabilidade no surto que provocou a morte de 10 utentes.
No banco dos réus do tribunal vai estar o consórcio SUCH - Veolia. Inclui o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais, uma associação sem fins lucrativos tutelada pelo governo e o ramo português da empresa francesa Veolia.
São responsáveis, ainda hoje, pelo sistema de geração de energia que fornece águas frias e quentes a vários hospitais.
O jornal Público avança que vão a julgamento por causa da morte de 10 pessoas durante um surto de legionella no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, que começou em outubro de 2017.
As duas empresas estão acusadas pelo Ministério Público de terem violado, de forma grave, as regras de conservação e de manutenção dos equipamentos desse sistema de energia.
A investigação concluiu que houve negligência. Foi a falta de limpeza e de manutenção das torres de arrefecimento do hospital que esteve na origem do surto.
Ao todo, 61 pessoas foram infetadas. 22 ficaram com sequelas graves.
As vítimas contraíram legionella durante a ida às urgências e ao hospital de dia. Inalaram gotículas contaminadas, que saíram das torres de refrigeração e entraram pelas janelas das salas de espera e de outras divisões.
Dois engenheiros do consórcio vão responder por 20 crimes de ofensa à integridade física.
Contactado pelo Público, o consórcio diz que tudo fará para demonstrar a inocência e que os dois técnicos envolvidos atuaram com base nas melhores práticas.
O processo foi considerado urgente pela juíza, durante a leitura da decisão instrutória, para evitar a prescrição dos crimes, o que irá acontecer em outubro de 2028.