Mundial feminino

Mundial feminino: Jéssica Silva garante que Portugal está preparado para os Países Baixos

A formação das Quinas estreia-se no jogo contra a seleção neerlandesa, no domingo. Além de Portugal e dos Países Baixos, estão também no grupo E as equipas dos Estados Unidos e do Vietname.

Mundial feminino: Jéssica Silva garante que Portugal está preparado para os Países Baixos
ANDREW BOYERS

A avançada Jéssica Silva garantiu esta quinta-feira que Portugal está preparado para o embate de domingo com os Países Baixos, que marca a estreia lusa em Mundiais femininos, em Dunedin, na Nova Zelândia.

"É importante sabermos com quem estamos a jogar, e respeitamos muito uma das melhores equipas do Mundo, mas sabemos da nossa qualidade, do nosso valor, é por isso que aqui estamos. Preparámo-nos da melhor forma para nos batermos contra os Países Baixos", garantiu a jogadora do Benfica, de 28 anos.

No hotel onde a seleção lusa está instalada, em Auckland, longe do centro da cidade, onde ocorreu um tiroteio que já fez três vítimas mortais, a internacional portuguesa não encontra defeitos nas neerlandesas, que "têm uma seleção muito completa".

"Desde a defesa ao ataque, têm jogadoras experientes, com muita qualidade, a jogarem nas melhores equipas do Mundo. Portanto, não posso frisar só uma jogadora. Naturalmente, há as referências, as chamadas estrelas, mas não consigo dizer só uma, porque elas têm um coletivo incrível", explicou.

Face a um conjunto com uma grande dinâmica, que será difícil de travar, Portugal tem de responder com coesão e estar focado, o que já acontece, a três dias de distância.

"Não diria ansiedade, diria muita vontade. Têm sido muitos dias, já passou um mês [desde o início do estágio, em Portugal]. E uma vez que a competição está mais próxima, a vontade está ainda mais aguçada. Faltam alguns dias, mas estamos preparadíssimas para o primeiro desafio e aquilo que nós queremos mesmo é competir e jogar o nosso primeiro jogo", afirmou.

O Mundial2023 arranca esta quinta-feira e é grande a felicidade por Portugal fazer parte: "Estar aqui é algo que me deixa muito feliz. (...) Estou com muita vontade, muito feliz, no momento mais alto das nossas carreiras, porque estamos num Mundial, estamos a representar o nosso país, e isso é o mais importante".

Jéssica Silva é um dos 'rostos' de Portugal, ela que já foi campeã da Europa pelo Lyon e conta 102 internacionalizações 'AA', desde a estreia, em 19 de novembro de 2011, para um total de 16 golos, incluindo o primeiro 'bis', recente, à Ucrânia (2-0).

"Ser a referência de Portugal? Não é um peso. Consigo sentir algumas expectativas, mas é algo que encaro com muita naturalidade. O mais importante é estar no meu melhor nível, para poder ajudar Portugal, para poder assistir as minhas colegas, para poder defender, para conseguir estar disponível para jogar. Eu quero é estar no meu melhor, para ajudar Portugal a estar no seu melhor também", garantiu.

A formação das 'quinas' vai jogar na Nova Zelândia, muito longe de Portugal, mas o carinho chega ao outro lado do mundo.

"Sentimo-nos muito felizes, que não é o futebol feminino que está a jogar, é Portugal. Deixa-nos com algum conforto, felizes, orgulhosas porque sentimos que as pessoas estão à volta desta atmosfera", disse.

E prosseguiu: "Não dá para banalizar este apoio, toda esta onda de mensagens, de força, de sentir que as pessoas estão mesmo com um sentimento comum: 'olha, a seleção feminina está no Mundial, vamos acordar cedo'. Temos recebido mensagens de toda a gente e isso deixa-nos muito felizes, dá-nos uma motivação extra e nós agradecemos todo esse apoio".

Ana Borges em gestão de esforço a três dias da estreia de Portugal

A polivalente futebolista portuguesa Ana Borges esteve esta quinta-feira ausente do treino da formação das 'quinas', em "gestão de esforço", a três dias da estreia na prova, no domingo, face aos Países Baixos, em Dunedin, na Nova Zelândia.

Num dia marcado em Auckland por um inusitado tiroteio que já causou três mortos, em pleno centro da cidade, a seleção lusa, instalada a vários quilómetros de distância, passou ao lado do trágico acontecido e cumpriu mais uma sessão de trabalho.

No Mangere Centre Park, a mais de 20 quilómetros do centro da mais populosa cidade neozelandesa, Ana Borges foi a única baixa na sessão, enquanto Kika Nazareth integrou o treino no início, na parte aberta à imprensa, mas depois não a cumpriu na totalidade, ainda a recuperar de uma lesão num joelho.

A futebolista do Benfica, de 20 anos, lesionou-se em 1 de julho, no empate a zero num particular realizado no reduto da campeã europeia em título Inglaterra, e, desde então, ainda não esteve em pleno às ordens de Francisco Neto.

Pelo contrário, a central Diana Gomes, que assustou no treino aberto de segunda-feira, já integrou a sessão em pleno, juntando-se no lote de recuperadas à também central Sílvia Rebelo e à média Fátima Pinto.

A sessão de treino do conjunto das 'quinas' contou com a presença do presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, que está em Auckland na qualidade de membro do FIFA Council.

A formação das 'quinas' defronta as neerlandesas, as vice-campeãs mundiais em título, no domingo, pelas 19:30 locais (08:30 em Lisboa), em Dunedin, em encontro da jornada inaugural do Grupo E.

Depois do embate com os Países Baixos, Portugal enfrenta o também estreante Vietname, em Hamilton, em 27 de julho, pelas 19:30 locais (08:30 em Lisboa), fechando o Grupo E face aos Estados Unidos, as vencedoras dos últimos dois Mundiais, em Auckland, em 1 de agosto, pelas 19:00 locais (08:00 em Lisboa).

A formação das 'quinas' prossegue a preparação para o Mundial2023 na sexta-feira, com um treino previsto para as 10:30 locais (23:30 desta quinta-feira em Lisboa) - o horário ainda por confirmar -, o último no Mangere Centre Park antes da estreia.

A prova arranca esta quinta-feira, pelas 19:00 locais (08:00 em Lisboa), com o jogo entre a anfitriã Nova Zelândia e a Noruega, que se defrontam no Eden Park, em Auckland, em embate da ronda inaugural do Grupo A.

A nona edição do Mundial feminino de futebol realiza-se de 20 de julho a 20 de agosto, na Austrália e Nova Zelândia.