Quando desapareceu há dois anos, em Algés, no concelho de Oeiras, os donos procuraram a gata por todo o lado. Fotos e informações sobre o desaparecimento da Farrisca foram distribuídos pela zona e arredores. Apesar dos esforços, não apareceu e já nada fazia esperar que tal acontecesse. Contudo, graças ao microchip, foi possível encontrar a Farrisca tanto tempo depois e a mais de 20 quilómetros de distância.
Foi com grande emoção que a família recebeu a notícia de que a Farrisca tinha sido localizada. “Chorámos todos”, revelou a dona.
Quando foi encontrada, a gata estava “cheia de pulgas”, mas não tinha qualquer ferimento, nem estava desnutrida.
Numa colónia, no concelho de Sintra, uma pessoa viu a gata, que lhe despertou a curiosidade.
"Há pouco tempo foi vista por uma cuidadora no Linhó numa colónia uma gata, a cuidadora achou estranho, muito meiga foi ver e tinha chip, regressou assim a família", pode ler-se na página de Facebook "Gatinhos de Algés", que publicou em meados deste mês a notícia da “História com final feliz”.
Desconhece-se como a gata terá ido parar à zona do Linhó, a mais de 20 quilómetros de distância de Algés. A sua localização seria praticamente impossível, caso não tivesse microchip.
O procedimento é obrigatório para alguns animais de estimação, mas muitas vezes não é posto em prática.
A Farrisca tem apenas 3 anos, foi por volta dos 6 meses que os donos a levaram ao veterinário para colocar o microchip.
Além desse cuidado, têm também redes nas janelas, o que para uma gata arisca não foi obstáculo suficiente para sair de casa e ir dar um longo passeio. O regresso, no entanto, parece ter sido ansiado não só para os donos.
Quando chegou, a Farrisca “cheirou tudo” e reconheceu a casa, de onde “parecia que nunca tinha saído”, disse a dona.
Microchip e registo na base de dados
Os donos de gatos, cães e furões são obrigados a ter os animais com microchip e a fazer o seu registo na base de dados do Sistema de Informação de Animais de Companhia (SIAC).
O microchip é um pequeno dispositivo com os dados do dono, incluindo o nome, contacto e morada, que é colocado no animal e de seguida enviado para o SIAC.
O microchip não precisa de manutenção, é colocado por baixo da pele do animal, regra geral no lado esquerdo do pescoço, através de uma injeção rápida e sem necessidade de sedação ou anestesia. No caso dos cães e gatos, idealmente a intervenção deve ser feita até aos quatro meses de idade.
Vantagens na colocação do microchip:
- Facilidade de identificação do proprietário, caso o animal se encontre perdido
- Identificação inequívoca em caso de roubo
- Responsabilização do dono em caso de abandono
- Contagem estatística do número de animais de estimação existentes no país
O custo para a colocação varia, o valor médio rondará os 30 euros, que inclui a taxa de 2,5 euros necessária para registar o animal na base de dados do SIAC. Há casos em que as câmaras pagam este procedimento.
Após a colocação do chip, o dono fica com o documento de identificação do animal de companhia - DIAC.
As multas para os donos que não colocarem microchip nos animais, nem os tiverem registado no SIAC, podem variar entre os 50 e os 3.740 euros, no caso de o dono ser singular, e os 44.890 mil euros, no caso de pessoa coletiva.