Depois de ter sido noticiada a morte de Bores, o lince-do-deserto que vivia como animal de companhia na Madeira, gerou-se uma onda de indignação com várias pessoas a pedirem que sejam apuradas as responsabilidades sobre o que aconteceu.
Esta quinta-feira, foi criada uma petição pública para pedir, assim como o nome indica, “justiça pelos Bores” e já conta com mais de 1.000 assinaturas.
Em entrevista à RTP Madeira, o Provedor do Animal disse que é preciso perceber o que é que aconteceu e se a morte do animal se deveu a algum erro médico.
Para João Henriques, a família do animal deveria pedir que fosse realizada uma necropsia (autópsia dos animais) para se perceber o que de facto aconteceu.
“É preciso saber o que aconteceu para depois se poder apurar responsabilidades como é óbvio. O que me parece mais evidente é que está aqui uma série de responsabilidades repartidas, desde o início até ao fim deste processo (...) e eu acho que isto também demonstra que nós não estamos em condições, nem o Instituto nem os órgãos judiciais estão em condições para lidar, neste momento, com este tipo de situações e alguma coisa tem de ser feita para que este caso não se repita”,
O Provedor acrescentou ainda que espera que “o Ministério Público abra um inquérito para averiguação desta situação e que no final tenhamos uma resposta”.
Bores morreu depois de ter sido apreendido aos donos
Tinha seis anos e toda a sua vida viveu como animal de companhia, não conhecendo outra realidade, mas uma denúncia ao Ministério Público fez com que essa realidade mudasse drasticamente.
O animal foi resgatado e apreendido dia 3 de julho pela GNR, detido ilegalmente por uma mulher de 38 anos no concelho do Funchal, na Madeira. A dona foi identificada e alvo de um auto de contraordenação. Bores acabou por regressar a casa, mas nunca recuperou.
Na quarta-feira, a Associação Ajuda Alimentar a Cães partilhou nas redes sociais que desde o dia em que o animal foi sedado “através de um dardo tranquilizante” para ser entregue aos donos “não recuperou”.
"Chegou sedado a casa e durante mais de um dia não acordou e foi levado para uma clínica veterinária de urgência. Desde esse dia foram várias as tentativas do regresso a casa, mas o estado de saúde só tem vindo a piorar. Desde que foi sedado perdeu a capacidade de andar e de comer. Hoje deixou de reagir a qualquer estímulo”, pode ler-se no post publicado esta quarta-feira no Facebook.
O animal acabou por morrer na sexta-feira, mas ainda não são conhecidas as causas.