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Zequinha: "Quiseram fazer de mim um exemplo depois do Mundial de sub-20"

Aos 18 anos, passou pelo FC Porto e garante que o clube lhe deu todas as oportunidades, mas não soube aproveitar. Durante o Mundial de sub-20, em 2007, protagonizou um momento insólito e foi suspenso durante um ano e meio. Já pensou em terminar a carreira, mas seguiu o conselho dos amigos e, aos 36 anos, continua no Vitória de Setúbal, o clube do seu coração.

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Depois de ter descido ao Campeonato de Portugal na última época, a desilusão fez com que ponderasse terminar a carreira, mas decidiu seguir o conselho de Cristiano Ronaldo: "Sou amigo dele há sete anos. Na altura em que pensei parar, falei com ele e com outros amigos do futebol." Segundo Zequinha, todos tiveram o mesmo discurso: "Depois de terminares, acabou. Não há volta a dar." As conversas fizeram com que renovasse pelo clube sadino no qual começou a jogar ainda em criança.

Durante o Mundial de sub-20, em 2007, Zequinha protagonizou um momento insólito. No jogo frente ao Chile, em que Portugal acabou por ser eliminado, o árbitro preparava-se para expulsar um colega de equipa quando Zequinha apareceu e tirou-lhe o cartão vermelho da mão: "Eu nem queria agarrar no cartão, mas aquilo parecia que tinha cola [risos]." Depois do sucedido, o jogador foi suspenso durante um ano e meio. Garante ter recebido todo o apoio do então selecionador, José Couceiro, mas nunca teve qualquer comunicação da parte da FPF: “Não falaram comigo nem tentaram apresentar recurso. Quiseram fazer de mim um exemplo e nunca mais voltei à Seleção.”

“FC Porto deu-me todas as oportunidades, mas não soube aproveitar”

Com apenas 18 anos, Zequinha troca Setúbal pelo FC Porto. Os dragões deram-lhe um apartamento e um elevado salário, mas o jogador não resistiu a outras tentações. "Era jovem, solteiro, fazia muitas noitadas, havia muitas mulheres." Mesmo com um estilo de vida oposto ao de profissional de futebol, o FC Porto chegou a renovar com Zequinha por mais três anos, entre diferentes empréstimos, mas o jogador não mudou: "Não me deixava controlar. Achava que o talento chegava para me impor, mas só não singrei no FC Porto por culpa própria."