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Pedro Marques Lopes: “André Villas-Boas prometeu uma equipa, cada um com a sua função e autoridade, mas tem concentrado todo o futebol em si

Pedro Marques Lopes é um rosto conhecido da análise política, com vários anos de ligação à SIC, e presença semanal no programa Eixo do Mal. Mas ao longo dos seus anos de exposição pública nunca escondeu o afeto e carinho pelo FC Porto. “Sou dragão de ouro”, diz  com orgulho.

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Era amigo de Jorge Nuno Pinto da Costa e não votou em André-Villas Boas. Apesar de não poupar críticas à gestão do agora presidente, espera que o novo treinador, Francesco Farioli, tenha condições para fazer o seu trabalho sem as constantes intromissões do dirigente.

“André Villas-Boas prometeu uma equipa, cada um com a sua função e autoridade, mas o que vemos é que tem concentrado todo o futebol em si. Fez isso com Vítor Bruno e Anselmi. Espero que, com Farioli, respeite esse espaço sagrado do treinador.”

Pedro Marques Lopes deseja essa mudança e teme que novo fracasso, mais do que trazer consequências para o treinador, possa virar-se agora para o presidente: “Com os outros treinador, ia ao balneário, falava com os jogadores, impunha castigos sem consultar o treinador. Isto, naturalmente, enfraquece muito o treinador aos olhos dos jogadores”, lembra.


André-Villas Boas é o presidente das quimeras. A parte comunicacional é terrível. Não é altura de estar a prometer mundos e fundos

Pedro Marques Lopes dá conta de vários momentos em que, em seu entender, Villas-Boas teve excessos de comunicação negativos para o clube.

“Primeiro, ia ganhar o campeonato, depois já era a Liga Europa. A seguir foi o Mundial de Clubes com uma equipa que era a mesma, à exceção do Gabri Veiga.”

Marques Lopes entende que o discurso deve ter ambição, mas sem ser desfasado do momento atual do clube. “Villas-Boas é o presidente das quimeras. A parte da comunicação é terrível. Não é altura de prometer mundos e fundos.”

“Os melhores que vi no FC Porto foram Madjer e Deco. Futre não o coloco aqui porque está noutra dimensão.”

Foram muitas vitórias vistas e sentidas ao vivo, muitos títulos celebrados e jogadores que se tornaram heróis dos portistas.

Sobre os melhores, e a dificuldade de elegê-los, Pedro Marques Lopes, lembrando-se de muitos outros, coloca dois ligados a conquistas europeias: “Em 1987, Rabah Madjer em 2004, Deco.”

E Futre? “O Futre é o jogador mais especial que vi na vida. Teve um grande azar na sua vida que foi Jesús Gil y Gil [antigo presidente do Atlético de Madrid]. Sem Gil y Gil, ele iria ser o melhor jogador do mundo várias vezes.


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