Cada vez que os funcionários judiciais recebiam convites para os jogos do benfica, Luís Filipe Vieira tinha conhecimento - é esta a convicção dos investigadores da Polícia Judiciária.
Ao longo dos últimos seis meses, a PJ acompanhou o dia a dia dos envolvidos na operação e-toupeira,
e ficou alegadamente claro, para a tese da investigação, que Paulo Gonçalves agiu com o consentimento de Vieira.
O assessor jurídico do Benfica, braço direito do presidente, dava conhecimento por e-mail dos convites e bilhetes que oferecia aos funcionários judiciais. Em contrapartida, o Benfica recebia informações em segredo de justiça sobre processos que interessavam ao clube.
Na base de dados dos e-mails do Benfica, na posse da PJ, há vários documentos eletrónicos onde Paulo Gonçalves dá conhecimento a Luís Filipe Vieira do número de convites oferecidos e das zonas do estádio da Luz onde os funcionários judiciais assistiam aos jogos.
Os e-mails do Benfica divulgados pelo diretor de comunicação do FC Porto e entregues à PJ podem não servir de prova para implicar Luís Filipe Vieira, mas foram essenciais para que os inspetores recolhessem informações relevantes sobre o alegados esquema do Benfica:
- a troca de ofertas;
- as viagens que os funcionários judiciais faziam pelo país;
- as presenças nas zonas VIP do estádio da Luz;
- o acesso do Benfica aos documentos em segredo de justiça;
- e, crucial para a investigação, quem tinha conhecimento do quê, dentro do clube.