Operação Lex

Buscas no Benfica visaram documentos contabilísticos, revela advogado

O advogado do Benfica afirmou que as buscas realizadas hoje pela PJ na SAD do clube visaram documentos contabilísticos. João Correia admitiu que o presidente da instituição, Luís Filipe Vieira, venha a ser constituído arguido.

Buscas no Benfica visaram documentos contabilísticos, revela advogado
SIC

Falando aos jornalistas no Campus da Justiça, em Lisboa, João Correia, que esteve presente nas buscas na SAD, adiantou que a Polícia Judiciária (PJ) levou "documentação contabilística" relacionada com algumas personalidades ligadas ao Benfica, mas não com a atividade concreta do clube.

O advogado disse que Luís Filipe Vieira, em cuja residência também houve buscas, não foi constituído arguido, mas admite essa possibilidade.

"Em função da marcha do processo, pode vir a ser [arguido] , embora as conexões entre o que lá está e ele [Vieira] sejam de tal forma frágeis que presumo que não será", ressalvou.

João Correia declinou fornecer detalhes sobre os crimes em causa, invocando que os factos estão em segredo de justiça, e acusou o Ministério Público de ter uma atitude "parcial" em relação ao Benfica.

"Há uma opção parcial e parcelar de alguns setores do Ministério Público em relação ao Benfica", declarou, acrescentando que há "comportamentos de outros" que não têm a mesma resposta.

A PJ deteve hoje cinco pessoas e constituiu vários arguidos numa operação a nível nacional para confirmar a eventual prática dos crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagem, branqueamento, tráfico de influências e fraude fiscal qualificada.

Lusa/ Arquivo
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Esta operação, denominada "Lex", foi realizada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) e decorreu no âmbito de um inquérito que corre termos no Supremo Tribunal de Justiça, coadjuvado pelo Departamento Central Investigação e Ação Penal.

Um comunicado da Polícia Judiciária adianta que durante a operação foram realizadas trinta e três buscas, sendo vinte domiciliárias, três a escritórios de advogados, sete a empresas e três a postos de trabalho.

Fonte da PJ disse à Lusa na manhã de hoje que as buscas realizadas incluíam a casa e o gabinete do juiz desembargador do Tribunal de Relação de Lisboa Rui Rangel, a SAD do Benfica, a casa do presidente do clube, Luís Filipe Vieira, assim como residências da ex-mulher de Rui Rangel, a juíza Fátima Galante, do advogado José Sousa Martins e do seu filho.

Lusa