Entre a interpretação e a opinião, estas reflexões têm como pano de fundo o escândalo dos abusos sexuais de menores por parte de membros do clero e a tentativa de fragilizar o Papa por parte de sensibilidades eclesiásticas mais conservadoras.
Sobre o escândalo dos abusos sexuais de menores, Francisco reafirma o princípio da «tolerância zero», diz-se envergonhado e alega que são a "consequência do abuso de poder e de consciência" por parte do clero. Não basta "virar a página", é necessário "voltar a dar vida às pessoas", aponta o Papa criticando com dureza o "clericalismo".
Apesar da polémica das últimas semanas, os casos de abusos registados na Igreja diminuiram de forma acentuada nos últimos 15 anos em consequência das medidas de resposta elaboradas pela Santa Sé. Mas o escândalo da pedofilia na Igreja mantém-se como vulcão mediático que não adormece, revelando ainda incoerências e hesitações do episcopado.
Esta nova crise vem bloquear o pontificado ou pode transformar-se numa oportunidade para a Igreja católica concretizar reformas, dando seguimento a expectativas criadas com a eleição de Jorge Mario Bergoglio?
As cinco reflexões a publicar ao longo da semana ensaiam uma resposta e fazem um balanço dos cinco anos e meio do pontificado de Francisco. Com notas e referências documentais, têm como título "Papa Francisco – entre a vulnerabilidade de um abalo e a oportunidade de uma reforma".