Francisco, que vem de uma família de emigrantes, escolheu a ilha italiana de Lampedusa para a primeira viagem como chefe da Igreja Católica. A 6 de junho de 2013, aterrava no local onde, todos os anos, chegam milhares de imigrantes ilegais.
Nessa altura, e durante todo o pontificado, fez questão de lembrar os tantos que, em busca de uma vida melhor, acabam por não completar os trajetos.
A defesa dos imigrantes e o distanciamento dos que criticam os homossexuais são dois temas que o marcaram. No mesmo ano, num voo de regresso do Brasil, Francisco abordava um dos temas mais fraturantes: a existência de um lobby gay entre os clérigos.
Se uma pessoa é gay e procura do Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgar essa pessoa?
Palavras duras para Donald Trump
Sempre fez questão de deixar mensagens, a quem quer que fosse, nem que isso o levasse a usar palavras mais duras. Assim foi em fevereiro de 2016, com Donald Trump.
"Uma pessoa que só pensa em construir muros e mais muros, e nunca em construir pontes, não é cristão".
Mas o pontificado não ficou apenas marcado por palavras. As viagens de Francisco, algumas inéditas, vão ficar para a História. Como a de 2021, quando, pela primeira vez, um chefe da Igreja Católica visitou o Iraque. Lá, parou para refletir junto aos templos cristãos que, em tempos, o Daesh destruiu.
“Como é cruel que este país, o berço da Civilização, tenha sido assolado por uma tempestade tão desumana”.
Perante as crises, sempre fez questão de carregar o peso da experiência. Assim foi na pandemia. Ficará para a memória futura a imagem em que percorre à chuva e sozinho a enorme Praça São Pedro, para transmitir coragem e força ao mundo.
Mais de 32 mil quilómetros pela Ásia
Com todas as debilidades físicas que foi demonstrando, nunca quis parar. Numa das últimas viagens, quis percorrer mais de 32 mil quilómetros pela Ásia: Indonésia, Papua Nova Guiné, Singapura e Timor.
Francisco deixou conselhos num país onde mais de metade da população tem menos de 30 anos. “Armem confusão, façam barulho!”
Ao longo do pontificado, foram mais de 40 viagens ao estrangeiro.
Em março de 2013, Jorge Mario Bergoglio foi eleito líder da Igreja Católica e Chefe de Estado do Vaticano com o nome de Francisco I, após a abdicação do Papa Bento XVI.
Francisco foi o primeiro papa nascido no continente americano, o primeiro sumo pontífice não europeu em mais de 1200 anos e também o primeiro papa jesuíta da História.