Papa Francisco

Na terra de Tolentino de Mendonça anseia-se a eleição do novo Papa e até já se pensa numa viagem a Roma

D. Tolentino de Mendonça está entre os favoritos para chegar a Papa e, na Madeira, o conclave será seguido com atenção, sobretudo em Machico, a terra natal do cardeal, que é também poeta e escritor. 

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O rapaz calmo que agora dá ao nome à rua fazia este percurso todos os dias. Do Forte de São João Baptista onde a família dividia o espaço com outros retornados de Angola até à escola primária de Machico e foi lá que Maria da Paz Saldanha, agora médica pedopisquiatra.

“Eu há dias tive a pensar que é o meu primeiro amigo rapaz. Quando tive facebook pedi-lhe amizade e ele mandou-me uma espécie de poema. Disse que a nossa amizade era tão antiga como a formação das estrelas”, recorda Maria da Paz Saldanha, amiga de Tolentino de Mendonça. 

Os dois dividiam o lugar de melhores alunos da turma, mas no 5º ano, Tolentino mudou de rumo e foi para o Seminário.  

“Fiquei um bocadinho espantada e acho que senti um bocadinho a falta dele no quinto ano, mas eu acho que foi para ele ter tempo para ler. Agora olhando para trás sempre achei que foi para ele ter mais tempo”, conta Maria da Paz Saldanha.  

Mas acabou por perceber que o rapazinho sossegado era, afinal, uma pessoa do mundo. Foi a escolha de Tolentino que o fez cruzar-se com Nicolau Fernandes, jornalista, mas que nos anos 80 estudava para ser padre 

“Eu estava dois anos à frente do curso dele e ele sempre se destacou como sendo o melhor aluno”, diz Nicolau Fernandes, colega de seminário de Tolentino de Mendonça. 

Nicolau não chegou a padre, mas o cardeal ordenou-se em 1991 e regressou à Madeira para ser pároco de São Pedro, no Funchal. Um ano depois assinava o manifesto dos 10, um documento que abalou a igreja e a política madeirense.