Primeira Liga

Pinto da Costa arrasa adjunto do Casa Pia: "Enquanto forem permitidas estas cenas, o futebol não melhora"

Sobre os incidentes no jogo com o Casa Pia, Pinto da Costa lamenta que um adjunto dos visitantes tenha passado “todo o jogo a insultar o banco” e não tenha havido punição disciplinar no decorrer do jogo.

Jorge Nuno Pinto da Costa na celebração da assinatura de patrocínio da marca Super Bock com o clube.
Jorge Nuno Pinto da Costa na celebração da assinatura de patrocínio da marca Super Bock com o clube.
JOSÉ COELHO

O presidente do FC Porto criticou esta segunda-feira a ausência de sanção disciplinar para o treinador-adjunto do Casa Pia, Vasco Matos, na vitória dos 'dragões' sobre os 'gansos' por 2-1 a contar para a 32.ª e antepenúltima ronda da I Liga de futebol.

"Toda a gente viu que houve um treinador-adjunto que passou o jogo inteiro a provocar o nosso banco. Se tivesse havido ação disciplinar sobre esse elemento, não teria havido mais nada. Agora, quando um elemento nosso se levanta, como aconteceu antes dessa confusão com o engenheiro Luís Gonçalves, leva logo amarelo", observou Jorge Nuno Pinto da Costa.

O dirigente referia-se aos incidentes verificados nos derradeiros instantes da receção ao Casa Pia, que foram desencadeados na sequência do golo da reviravolta do FC Porto, aos 93 minutos, e exaltou os ânimos entre os dois bancos.

Sérgio Conceição fez um gesto polémico em direção ao banco adversário e teve uma acesa troca de palavras com Vasco Matos, adjunto dos “gansos”, altercação que se prolongou no relvado a seguir ao apito final.

"Esse senhor esteve no banco, insultou toda a gente, criou problemas e nem um amarelo levou. Aliás, o treinador do Casa Pia até foi impecável e reconheceu isso. Enquanto forem permitidos estas cenas e comportamentos, não há possibilidades de melhorar o futebol português", frisou Pinto da Costa, acerca de um tema que os técnicos principais de cada equipa desvalorizaram na conferência de imprensa posterior ao jogo.

Através da sua 'newsletter' diária, os campeões nacionais já tinham acusado Vasco Matos de ter passado "todo o encontro a desafiar o banco" do FC Porto e denunciaram a "derrota do antijogo e das provocações gratuitas", que manteve acesa a corrida ao título.

"O futebol português nunca pode progredir quando há quase 50% de jogo jogável. Em 90 minutos, parece que se jogaram 51. Enquanto for permitido isso e se virem cenas de jogadores que se atiram para o chão ao mínimo toque ou sem toque algum, acho que o futebol português não vai progredir. O que se pode fazer? Sou responsável pelo FC Porto. Infelizmente, não posso fazer nada nessa qualidade", notou.

Pinto da Costa admitiu ainda que as penalizações aplicadas pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) "não são curtas" e exemplificou com os castigos aos técnicos principais, cuja ausência dos jogos também "afeta o próprio clube".

O FC Porto repôs distâncias no segundo lugar do campeonato e soma 79 pontos, quatro abaixo do líder isolado Benfica e cinco acima do Sporting de Braga, terceiro classificado, estando a um empate de selar o acesso direto à edição 2023/24 da Liga dos Campeões.

"Está cada vez está mais difícil, de facto. Matematicamente ainda é possível, mas será muito difícil", assumiu Jorge Nuno Pinto da Costa.