Saúde Mental

Uso de substâncias psicadélicas sem supervisão médica na área da saúde mental levanta preocupações

O uso de drogas psicadélicas na saúde mental está a levantar preocupações. A agência da União europeia sobre drogas alerta que na Europa há cada vez mais retiros ilegais a usar estas substâncias sem supervisão médica.

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A cetamina é acima de tudo usada como anestésico. Mas a substância, aprovada pelo Infarmed para esse efeito, surge também como ferramenta na área da saúde mental.

“Tem vindo a ser demonstrado de forma consistente, que a utilização dessas doses mais baixas, induzindo um estado de alteração da consciência, psicadélica ou dissociativa, está associado a uma melhoria de estados depressivos que de outra forma são difíceis de tratar”, explica Albino Oliveira-Mais, diretor de neuropsiquiatria da fundação Champalimaud.

O problema surge quando as substâncias psicadélicas começam a ser utilizadas noutros contextos ou sem acompanhamento médico. Além da cetamina, a psilocibina, presente nos chamados cogumelos mágicos, e o LSD cresceram em popularidade na Europa.

Por exemplo, o Reino Unido diz que a procura aumentou quase 38% desde 2020. Em Portugal, de acordo com o Jornal de Notícias, a Inspeção-Geral em Atividades em Saúde (IGAS) não recebeu até agora qualquer denúncia de retiros que usem este tipo de substâncias sem o devido acompanhamento.

Em todo o caso é pedido um acesso mais eficaz a estas terapias e um especial cuidado na forma de falar dos psicadélicos. Há dois anos surgiu uma iniciativa de cidadania europeia chamada PsychedeliCare.

Tem como objetivo recolher até janeiro do próximo ano um milhão de assinaturas para forçar a comissão europeia a avaliar, uma proposta de regulamentação das terapias assistidas por psicadélicos.