O último balanço Direção-Geral de Saúde (DGS) apontava para 53 casos de sarampo confirmados em Portugal, de um total de 145 situações suspeitas.
"É provável, eventualmente, que possamos estar já numa fase de transição, mas temos de esperar pelos próximos dias para ter resultados concretos e podermos afirmar isso com alguma confiança", disse hoje aos jornalistas o secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo.
"Neste momento, o número de novos casos está a ficar estável", afirmou, referindo que eventuais novos ciclos de transmissão e infeção só deverão ocorrer até final da próxima semana.
"Temos é de perceber se há ou não novos portadores, novos doentes infetados, que deem origem a novos ciclos, isso poderia levar mais tempo até debelar este surto", enfatizou.
Em declarações em Pombal, distrito de Leiria, à margem das comemorações do Dia Mundial da Saúde Oral, Fernando Araújo admitiu que, nesta altura, ainda é "precoce" afirmar que o surto já atingiu o "pico" de novos casos e que os próximos dias serão determinantes para haver uma "visão mais clara do que está a acontecer".
O sarampo é uma doença infecciosa aguda e as consequências podem ser graves para quem não for vacinado. A vacina está no programa nacional de vacinação desde 1974, com dose única, mas só em 1990 passou a ser obrigatória as duas tomas. A única forma de ser imune é ter a doença.
"Até às 19 horas do dia 19 de março de 2018 foram reportados 145 casos suspeitos de sarampo, a maioria dos quais com ligação ao Hospital de Santo António, no Porto", referia a informação divulgada na noite de segunda-feira pela DGS.
Dos 145 casos reportados, 53 foram confirmados laboratorialmente pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e 51 foram infirmados.
Dos 53 casos agora confirmados, todos adultos, um pertence à região Centro, embora com ligação ao surto que decorre na região Norte.
Há ainda um conjunto de 41 casos a aguardar resultado laboratorial.De acordo com o comunicado, estão internados cinco doentes, com situação clínica estável.
Fernando Araújo afirmou ainda que o número de casos de sarampo "está previsível relativamente às curvas que tinham sido previstas para um surto deste tipo, que são curvas até mais reduzidas quando comparadas com outros países em função da elevada taxa de vacinação" existente em Portugal e que cifrou em "mais de 98%" na região norte.
Com Lusa