O presidente do Conselho de Administração da TAP, disse esta terça-feira que continua a acreditar que a saída de Alexandra Reis devia ter sido evitada e garantiu estar seguro quanto ao papel que desempenhou e determinado em defender a honra.
"Acreditei e continuo a acreditar que a saída deveria ter sido evitada", afirmou Manuel Beja, ouvido na comissão de inquérito à TAP.
O responsável da companhia aérea garantiu estar seguro quanto ao papel que desempenhou e que está determinado em defender a sua honra, acreditando que o "despedimento injustificado" dos dois presidentes da TAP se deveram a "questões de conveniência política".
Manuel Beja disse ainda que sempre existiu tensão entre Alexandra Reis e Christine Ourmières-Widener.
Tentou falar com Pedro Nuno Santos por quatro vezes, “sem sucesso”
Na comissão Parlamentar de inquérito, referiu que tentou falar com Pedro Nuno Santos quatro vezes, sem sucesso, sobre mudanças na comissão executiva, após perceber que "esvaziamento" das funções de Alexandra Reis criariam "situação pouco sustentável".
“Tive na época a perceção de que as redistribuições de pelouros na comissão executiva desenhadas pela sua presidente, Christine Ourmières-Widener, se traduziriam num esvaziamento objetivo das funções da administradora Alexandra Reis, criando uma situação pouco sustentável no seio daquela comissão”.
Acrescentou que era para si claro que “qualquer decisão de alteração na composição do Conselho de Administração seria da exclusiva responsabilidade do acionista”.
“Neste contexto, procurei chegar à fala, por quatro ocasiões, com o ministro Pedro Nuno Santos, mas sem sucesso. À época, não era do meu conhecimento a existência dos contactos entre a presidente da comissão executiva e o acionista sobre este tema, que foram posteriormente revelados”.
O presidente do Conselho de Administração da companhia aérea revelou que as duas demissões na TAP refletem apenas uma conveniência política partidária.
Manuel Beja defendeu também que o Governo perdeu o Norte ao longo do caminho. Além disso, acusou o Ministério de Infraestruturas de excesso de controlo.