TAP: o futuro e as polémicas

CEO da TAP contesta não ter sido ouvida pela Inspeção-Geral de Finanças

CEO da TAP contesta não ter sido ouvida pela Inspeção-Geral de Finanças
MANUEL DE ALMEIDA

Christine Ourmières-Widener já respondeu ao ofício da Inspeção-Geral de Finanças no prazo de 10 dias previsto.

A CEO da TAP põe em causa o relatório das Finanças que concluiu ter havido falhas graves no processo de rescisão com a ex-administradora da TAP, Alexandra Reis, levando o Governo a exonerar os presidentes da companhia.

A ainda presidente executiva da companhia aérea contesta não ter sido ouvida em audiência prévia presencial antes da decisão ser anunciada.

Na resposta formal que o jornal ECO diz ser “um documento extenso e detalhado”, a CED da TAP põe ainda em causa o facto de outras entidades e personalidades terem sido ouvidas no caso e de terem sido obtidos esclarecimentos por escrito.

A CEO da TAP diz ainda que está "totalmente tranquila" sobre o trabalho realizado na companhia aérea nacional.

Ex-CEO da TAP tem dez dias úteis para se pronunciar sobre saída

A 15 de março a TAP disse que a ainda presidente executiva (CEO) da companhia aérea, Christine Ourmières-Widener, tinha o prazo legal de 10 dias úteis para se pronunciar sobre o ofício da Inspeção-Geral de Finanças.

Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a TAP confirmou ter recebido um ofício da Direção-Geral do Tesouro e Finanças a comunicar a decisão do Estado, acionista único da companhia aérea, de demitir Ourmières-Widener e o presidente do Conselho de Administração da TAP, Manuel Beja.

Os dois executivos "dispõem do prazo de pronúncia em sede de audiência prévia de dez dias úteis, findos os quais será adotada a decisão final", através de uma deliberação do Estado, acrescentou a TAP.

Até que isso aconteça, Ourmières-Widener e Beja "permanecem em funções, continuando o órgão de administração, no seu conjunto, a assegurar a normalidade das atividades empresariais da TAP e o pontual cumprimento das respetivas obrigações", indicou, na mesma nota.

Na segunda-feira, o ministro das Finanças, Fernando Medina, disse que a decisão de demitir os dois executivos foi tomada na sequência do relatório da Inspeção Geral das Finanças (IGF), "muito claro do ponto de vista da ilegalidade relativamente à forma como tudo aconteceu" no processo de cessação de funções antiga administradora Alexandra Reis.

Medina apontou que "haverá uma assembleia-geral, haverá o pronunciamento dos próprios, haverá nova assembleia-geral, e já está em tempo apontado e do conhecimento de todos quem será o novo CEO da empresa, para que não se gere nenhuma ambiguidade nem nenhum interregno, e a TAP regressará ao normal funcionamento dos seus órgãos de administração muitíssimo em breve, com uma situação que já é conhecida".

Christine Ourmières-Widener foi exonerada pelo Governo a 6 de março, tal como Manuel Beja, depois de anunciados os resultados da auditoria da IGF, concluindo que o acordo para a saída de Alexandra Reis é nulo e a indemnização de perto de meio de milhão de euros terá de ser devolvida.