O administrador financeiro da TAP Gonçalo Pires foi ouvido, esta quinta-feira, na comissão de inquérito no Parlamento. Gonçalo Pires nega ter estado envolvido no processo de saída de Alexandra Reis da companhia aérea.
"Não estive na decisão, na elaboração, na negociação, nas conversas com os advogados e com a tutela, não tive participação no acordo, nem nos termos do acordo, nem conhecia em concreto os termos do acordo para a saída da engenheira Alexandra Reis", referiu Gonçalo Pires
O administrador não sabia da saída de Alexandra Reis, mas confessa que não foi propriamente uma surpresa, tendo em conta o histórico de divergências de Alexandra Reis com a administração da TAP.
"Soube pouco tempo antes da celebração do acordo, informalmente, que iria ser celebrado esse acordo e que seria possível a saída da engenheira Alexandra Reis. Recebi oficialmente um e-mail enviado pelo presidente do conselho de administração, doutor Manuel Beja, a anunciar oficialmente a saída de Alexandra Reis, bem como os termos exatos do comunicado ao à CMVM".
O deputado do partido social-democrata, Paulo Moniz, questionou o administrador sobre como teve conhecimento informal da saída de Alexandra Reis, ao que Gonçalo Pires explicou que foi através de um comunicado da CEO (Christine Ourmières-Widener), mas não tinha preciso a data em que foi celebrado o acordo.
Gonçalo Pires não teve de autorizar o pagamento da indemnização milionária a Alexandra Reis porque a companhia aérea tinha orçamento para acomodar a compensação dada à ex-administradora. Sobre os resultados da TAP, o administrador concorda com o modelo de apresentação discreto.
"Recebi indicação da tutela, para quando podemos apresentar os resultados e se o poderíamos fazer no dia 21 e a forma que apresentaríamos os resultados e foi-nos confirmado que devíamos concentrar-nos na apresentação aos investidores e obviamente fazer as publicações habituais”, explicou.
O administrador confirmou que o Ministério das Infraestruturas deu indicações para que a apresentação de resultados da TAP não fosse feita aos jornalistas. A antiga CEO da companhia aérea apresentou e justificou os lucros através de videoconferência destinada, apenas, a investidores e analistas.