TAP: o futuro e as polémicas

“A TAP precisa de paz, direção e administração”

João Duque analisa o desenrolar de polémicas que atingem a TAP e alerta para as consequências que a falta de uma gestão eficaz pode ter no futuro da companhia aérea.

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As polémicas em torno da TAP têm marcado a atualidade nos últimos meses. João Duque, economista e comentador SIC, lembra a importância que a companhia aérea tem para o turismo da região de Lisboa e alerta para os riscos que estes problemas de gestão têm na credibilidade da empresa - para os passageiros e para os investidores.

“A TAP é uma empresa muito importante particularmente no aeroporto de Lisboa. O turismo da região de Lisboa é afetado à medida que a TAP tenha problemas com desmarcação de voos, alteração de percursos, atrasos nos voos que faz”, explica João Duque, em entrevista à SIC Notícias.

O economista partilha uma situação que ficou a conhecer recentemente: “Ontem [sábado] estive com um amigo que ia para voltar para a Suécia na segunda-feira, pela TAP. Já lhe disseram que não era segunda, era terça. De terça passou para quarta. Isto é o tipo de coisas que mina a relação de confiança entre um cliente e uma companhia de aviação.

Para João Duque, a “TAP precisa claramente de paz, de direção e de administração”. Lembra que o ministro das Finanças, Fernando Medina, anunciou o afastamento da CEO da companhia aérea, Christine Ourmières-Widener, no entanto sublinha que “passado um mês não houve afastamento nenhum”.

“É uma empresa que tem uma administração que está periclitante, em vias de mudar. Sabe-se até que já há um presidente do conselho de administração indicado para o lugar, está toda a gente à espera. Mas pergunta-se: à espera de quê? A empresa naturalmente precisa de estabilidade para continuar o seu desempenho que não sendo excecional, acaba por ser”, afirma, referindo-se ao lucro registado pela TAP em 2022.

O comentador SIC lembra que estes problemas “levantam dúvidas aos investidores”, o que, por um lado “desvaloriza” a empresa e, por outro, “aumenta o custo do dinheiro”. João Duque reforça que “quanto mais depressa a empresa conseguir resolver estes problemas, mais depressa consegue dar estabilidade e garantia aos credores ou potenciais acionistas de que é uma empresa com interesse”.

“O que temos visto agora, a meu ver, é um processo de destruição de valor. Não é porque se sabem as coisas, é porque se sabem de uma forma que não abonam a favor de ninguém, nem da própria empresa.”