Depois de uma semana a discutir um parecer que afinal não existe, os partidos queriam ouvir as explicações do primeiro-ministro, mas, em entrevista à RTP, refugiou-se no institucionalismo.
"Um primeiro-ministro deve manter uma postura institucional. Nós devemos respeitar as competências próprias dos outros órgãos de soberania. Agora, estar a interferir no processo da comissão de inquérito? Isso era o que mais faltava, seria uma total irresponsabilidade”.
PSD quer ter acesso a toda a informação que existe
O PSD já pediu para ter acesso à troca de emails entre serviços jurídicos envolvidos no processo, mas o Ministério das Finanças recusa por questões de confidencialidade.
"As comissões parlamentares de inquérito não é por acaso que têm alguns poderes que só as autoridades judiciárias têm. É porque devem de agir com esse sentido de imparcialidade, de isenção e não propriamente como arma de arremesso político", disse o primeiro-ministro, em entrevista à RTP.
Uma crítica ao PSD e direta a Montenegro que acusa de não estar não focado no essencial.
"Fico perplexo que alguém que tem a ambição de ser ter primeiro-ministro como Dr. Montenegro, em vez de adotar este comportamento institucional, confiar nas instituições e não se andar a pronunciar sobre o funcionamento da comissão de inquérito e deixar a comissão de inquérito desenvolver a sua atividade e aguardar como eu faço pelos resultados, a cada depoimento, quer transformar no episódio da semana", acrescentou António Costa.
Também o Chega exige explicações do primeiro-ministro.
"Vamos pedir que António Costa seja ouvido por escrito, como está regimentalmente previsto, sobre esta matéria e voltamos a apelar que o primeiro-ministro confirme ou não a existência de documentação jurídica sobre a TAP e se mantém a confiança nos seus ministros que parecem contradizerem-se todos os dias", disse André Ventura.