TAP: o futuro e as polémicas

Ex-acionista da TAP acreditava que Governo queria manter Barraqueiro como parceiro em 2020

O ex-acionista da TAP Humberto Pedrosa disse, nesta terça-feira, que a opção política do Governo foi auxiliar a companhia em 2020 de forma a voltar ao controlo público, mas acreditava que o executivo manteria o grupo Barraqueiro como parceiro estratégico.

Ex-acionista da TAP acreditava que Governo queria manter Barraqueiro como parceiro em 2020
JOSÉ SENA GOULÃO

O dono do grupo Barraqueiro, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito à companhia aérea, disse que “a opção política do Governo português foi a de disponibilizar auxílio à TAP em termos que permitissem adquirir novamente o controlo”.

Humberto Pedrosa disse ainda que, estava "crente de que a vontade do Governo seria de que o grupo Barraqueiro fosse seu parceiro estratégico" e, por isso, aceitou viabilizar a opção do Governo, cedendo a participação.

"Infelizmente, veio mais tarde a tornar-se evidente que o plano de reestruturação desenhado e posteriormente aprovado não permitira a manutenção da nossa participação", realçou o empresário, que fazia parte do consórcio Atlantic Gateway, juntamente com David Neeleman.

No caso do empresário brasileiro, o Estado pagou 55 milhões de euros para ficar com a participação na companhia aérea portuguesa.

"Como empresário, o fim da participação do grupo Barraqueiro no grupo TAP não foi, naturalmente o que eu gostaria", admitiu Pedrosa. Ainda assim, o também ex-administrador da TAP congratulou-se pelo "muito que foi alcançado" durante a participação privada na companhia aérea, "que apenas circunstâncias e absolutamente anómalas da pandemia interromperam".