O presidente e o parlamento do Iraque consideraram esta quarta-feira o ataque de mísseis iranianos a bases iraquianas esta madrugada uma violação da soberania do país e pediram que este não seja transformado num campo de batalha alheia.
Duas bases iraquianas com tropas norte-americanas foram atingidas na noite de terça-feira para hoje com mais de uma dúzia de mísseis iranianos, em retaliação pelo assassínio por Washington do general iraniano Qassem Soleimani na sexta-feira em Bagdad.
Criticando o ataque em comunicados distintos, o chefe de Estado, Barham Saleh, disse "recusar de novo as repetidas violações da soberania iraniana", enquanto o presidente do parlamento iraquiano, Mohammed al-Halbussi, considerou a operação "Mártir Soleimani" "uma violação iraniana da soberania iraquiana".Saleh disse ainda recusar que "o Iraque seja transformado num campo de batalha para as partes em conflito".
Bagdad "declarou anteriormente recusar ser um ponto de partido para a agressão contra qualquer país e também recusa ser fonte de ameaça para qualquer um dos seus vizinhos", refere o comunicado da presidência iraquiana.
A declaração de Halbussi, antigo governador da província sunita de Anbar, onde se localiza uma das bases atingidas, Ain al-Assad (noroeste de Bagdad), assinala que o parlamento iraquiano confirma a sua "recusa absoluta de que as partes em conflito utilizem o território iraquiano para ajustar contas".
O Departamento de Defesa norte-americano confirmou que "mais de uma dúzia de mísseis" iranianos foram disparados contra as duas bases e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou na rede social Twitter que está em curso uma avaliação de vítimas e danos, mas que até agora "está tudo bem".
O ataque foi reivindicado pelos Guardas da Revolução iranianos como uma "operação de vingança" pelo assassínio por Washington de Soleimani, comandante da sua força Al-Quds, e a televisão estatal iraniana referiu que a operação militar matou "pelo menos 80 militares norte-americanos".
Na sequência do ataque a Soleimani, que matou também o "número dois" das Forças de Mobilização Popular iraquianas (Hachd al-Chaabi), o parlamento iraquiano aprovou uma resolução pedindo a retirada do país das tropas estrangeiras, incluindo cerca de 5.200 militares norte-americanos.
