O primeiro-ministro pedira relatórios a todas as partes envolvidas na operação de combate aos incêndios: GNR, Instituto do Mar e da Atmosfera, Proteção Civil e o próprio SIRESP. O do SIRESP terá sido o último a chegar e as informações já analisadas, segundo um comunicado do Ministério da Administração Interna, reportam "dificuldades na utilização" do sistema integrado de redes de emergência e segurança durante o incêndio de Pedrógão Grande.
Na sequência, a ministra da Administração Interna exige respostas rigorosas ao funcionamento do SIRESP.
Constança Urbano de Sousa pede ao Instituto de Telecomunicações um estudo independente sobre o funcionamento do SIRESP, em geral, e em situações de acidente grave ou catástrofe, em particular. O MAI quer identificar os constrangimentos e espera propostas de medidas que possam garantir que o Sistema responde às necessidades para o qual foi criado, tendo em consideração as melhores e mais recentes práticas internacionais.
O MAI pede ainda à Inspeção Geral da Administração Interna que, num prazo de 30 dias, faça uma auditoria na Secretaria-Geral da Administração Interna, a entidade gestora do SIRESP, nomeadamente quanto às obrigações legal e contratualmente estabelecidas, ao nível da gestão, manutenção e fiscalização do sistema.
Na passada sexta-feira, e na sequência de um relatório da Proteção Civil, o primeiro-ministro pedira já à ministra da Administração Interna um cabal esclarecimento sobre as falhas na rede SIRESP.
O SIRESP tem uma história de polémica e de problemas operacionais, confirmados pela protecção civil durante o combate na zona de Pedrógão. Na altura, o comando desvalorizou no entanto estas falhas alegando que teve comunicações alternativas.
Os incêndios na região centro, provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos, envolveram dois mil operacionais num combate que durou uma semana. Foram consumidos 53 mil hectares de floresta.