Tragédia em Pedrógão Grande

Costa afirma que apoio psicológico tem de ser intensificado

O primeiro-ministro António Costa afirmou esta quarta-feira que o apoio psicológico de emergência que está ser dado às populações afetadas pelos incêndios de Pedrógão Grande tem de ser intensificado, considerando necessária uma "resposta duradoura e continuada".

Costa afirma que apoio psicológico tem de ser intensificado
Armando Franca

No debate quinzenal no parlamento, centrado na tragédia de Pedrógão Grande, o deputado único do PAN, André Silva, questionou António Costa sobre "qual vai ser a resposta imediata de curto e médio prazo do Governo por forma a assegurar o bem-estar psicológico e emocional destas pessoas".

"O trabalho que temos de fazer é não só o apoio [psicológico] de emergência que hoje está a ser feito e que tem que ser, aliás, intensificado, mas também dotar a região com a capacidade necessária para o apoio continuado", assegurou o primeiro-ministro.

António Costa foi perentório: "é preciso termos bem a noção de que este não foi um trauma passageiro".

"Pode ser que a notícia deixe de ser notícia, mas é um trauma que infelizmente vai permanecer naqueles territórios por muitos e muitos anos, em muitas e muitas famílias, em muitos e muitos habitantes, e isso exige uma resposta duradoura e continuada, mesmo quando deixar de ser abertura dos telejornais", alertou.

O primeiro-ministro recordou que ainda esta quarta-feira teve uma reunião com as câmaras, o ministro da Saúde, o presidente da ARS (Administração Regional de Saúde) do Centro e o diretor do SUCH (Serviço de Utilização Comum dos Hospitais), "que têm estado a assegurar esse apoio psicológico, que também tem estado a ser assegurado pela companhia de Fuzileiros que está em Pedrógão Grande".

André Silva tinha começado a sua intervenção afirmando que em abril, no âmbito da defesa da floresta contra incêndios, a GNR realizou ações de fiscalização no concelho de Pedrógão Grande por forma a salvaguardar a manutenção das faixas de gestão de combustível vegetal.

De acordo com o deputado do PAN, todos os anos a GNR levanta milhares de autos e aplica coimas aos proprietários dos terrenos florestais por incumprimento da lei que obriga à sua limpeza mas, apesar disso, "os incumprimentos mantêm-se".

"Tendo em conta que o pacote legislativo da Reforma da Floresta que está em debate aumenta as responsabilidades das autarquias em matéria de gestão florestal e incêndios, como é que o Governo garante que com esta transferência de competências as autarquias vão cumprir as suas obrigações", questionou.

Na resposta, o chefe do Executivo considerou que se devem "responsabilizar todos e garantir a todos os meios necessários para poderem fiscalizar".

"Este ano já foram levantados o dobro dos autos que foram levantados o ano passado, e temos aliás a possibilidade de identificar até nesta zona onde se realizaram estes incêndios quantos autos tinham sido levantados e que situações tinham sido identificadas como exigindo uma alteração urgente", acrescentou.

Lusa