"A ministra da Administração Interna já ordenou a aquisição por ajuste direto das antenas satélite que permitem assegurar redundâncias em situações em que se repita a destruição da rede de comunicações", afirmou António Costa, no debate quinzenal no parlamento.
O primeiro-ministro respondia à coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que considerou estar na altura de dar respostas aos portugueses sobre o que falhou na tragédia dos incêndios que deflagraram em Pedrógão Grande.
"Há falhas que são já conhecidas e devem ter já resposta. As comunicações falharam e é necessário que agora o Governo possa dizer como é que estão a ser resolvidas", exigiu a deputada.
O primeiro-ministro frisou que a ministra Constança Urbano de Sousa solicitou uma auditoria global ao sistema de comunicações de emergência, afirmando que "há uma grande divergência entre a versão da entidade que opera o SIRESP a versão dos utilizadores do SIRESP".
"Parte da divergência é compreensível, porque resulta do facto de a interligação entre as diferentes zonas ser feita através dos cabos da MEO e quando ardem os cabos da MEO não só se interrompem as comunicações da MEO como se interrompem todas as comunicações que circulam naqueles cabos", disse.
Contudo, a tecnologia do SIRESP tem capacidade para funcionar em "modo local" e assim assegurar as comunicações.
"Aqui, há versões distintas por parte da operadora relativamente aos utilizadores e essa divergência tem de ser esclarecida e as responsabilidades tem de ser apuradas, primeiro por dever ético e depois por dever legal, porque há contratos e é preciso apurar se há incumprimento contratual", disse.
O primeiro-ministro afirmou que o Governo "tem assumido todas as responsabilidades" e que assume o critério da "total transparência", publicando toda a informação que vai recebendo sobre o que aconteceu no incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande.
Lusa