Tragédia em Pedrógão Grande

BE acusa PSD de querer "instrumentalizar" as vítimas de Pedrógão

Catarina Martins acusou esta terça-feira o PSD de querer "instrumentalizar" as vítimas de Pedrógão Grande, ao propor a realização de um debate parlamentar sobre a lista de mortos. Para a coordenadora do bloco, a atitude dos sociais-democratas é "lamentável".

Loading...

Questionada pelos jornalistas sobre o pedido do PSD, anunciado esta terça-feira, de uma reunião da comissão permanente da Assembleia da República para discutir esta questão, Catarina Martins disse que é preciso discutir os assuntos "com seriedade, o que não está a acontecer".

Para a líder bloquista, a Comissão Permanente do parlamento sempre se reuniu no verão "para acompanhar situações de incêndios, das populações e do seu apoio".

"É natural que o faça e o continue a fazer, deste ponto de vista. Agora, para lutas partidárias que ninguém compreende e que ofendem até a memória das vítimas e o sofrimento das populações, não tem nenhum sentido", afirmou a líder do BE em declarações à margem de uma visita ao Convento de Cristo, em Tomar, distrito de Santarém.

Catarina Martins avisou ainda que o Bloco de Esquerda não está disponível "para uma discussão que instrumentaliza vítimas", admitindo que poderá opor-se à reunião da Comissão Permanente da AR e recomendando ao PSD que repense as posições que tem vindo a adotar e centre a atenção "no que é relevante".

"E o que é relevante é perceber o que aconteceu, apurar tudo o que aconteceu e todas as responsabilidades. Apoiar as populações e as vítimas, não deixar ninguém abandonado. Reagir aos incêndios que estão a acontecer, da melhor forma, protegendo as populações. E fazer o trabalho que é preciso ser feito para que o próximo verão não seja igual a este", alegou.

Já sobre as falhas do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança em Portugal (SIRESP), Catarina Martins reiterou a posição do Bloco de Esquerda de que o sistema "é insustentável".

"O SIRESP não tem nenhum sentido como está e julgo que é um absurdo que o país continue a pagar a uma concessionária privada para um sistema que nunca funciona", concluiu.

Com Lusa