"No âmbito do inquérito onde se investigam as circunstâncias que rodearam os incêndios de Pedrógão Grande foram, esta terça-feira, constituídos três arguidos. Assim, o processo tem, neste momento, 13 arguidos, todos pessoas singulares", refere uma nota publicada no sítio da Procuradoria na Internet.
A mesma nota adianta que neste inquérito, dirigido pelo Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal de Leiria, "estão em causa factos suscetíveis de integrarem os crimes de homicídio por negligência e ofensas corporais por negligência".
"Tal como foi oportunamente informado, o inquérito encontra-se em avançado estado de investigação, tendo já sido realizadas inúmeras diligências, sobretudo de caráter pericial, e ouvidas mais de duas centenas de testemunhas", acrescenta a Procuradoria, explicando que neste inquérito, que se encontra em Segredo de Justiça, o Ministério Público é coadjuvado pela Polícia Judiciária.
Em junho de 2017, os incêndios que deflagraram na zona de Pedrógão Grande, norte do distrito de Leiria, provocaram 66 mortos: a contabilização oficial assinalou 64 vítimas mortais, mas houve ainda registo de uma mulher que morreu atropelada ao fugir das chamas e uma outra que estava internada desde então, em Coimbra, e que acabou também por morrer. Houve ainda mais de 250 feridos.
Em dezembro desse ano, foram constituídos arguidos o comandante dos bombeiros de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, e o segundo comandante distrital de Leiria, Mário Cerol.
Em 02 de maio último, a Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra (PGDC) informou que o número de arguidos naquela data eram seis.
"O inquérito relativo aos incêndios de Pedrógão Grande tem seis arguidos. Dois haviam sido constituídos em dezembro último [de 2017] . Os restantes quatro, três deles ligados à área de gestão de combustíveis e um às operações de comando de combate ao incêndio, foram constituídos e interrogados como arguidos nos últimos dias de abril", anunciou na ocasião.
No mesmo dia, num esclarecimento enviado à agência Lusa, a Ascendi Pinhal Interior informou ter "conhecimento de que dois dos seus colaboradores afetos a esta subconcessionária foram ouvidos em interrogatório e constituídos arguidos no âmbito da investigação" aos incêndios de Pedrógão Grande e concelhos limítrofes.
Já no passado dia 11, a PGDC anunciou que o número de arguidos tinha aumentado para dez, tendo-se constituído como assistentes 12 pessoas.
Lusa