O coordenador da task force, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, garante que a falta de resposta às mensagens para o agendamento não compromete o plano de vacinação.
Gouveia e Melo refere que "pelo menos 85% da população portuguesa está ansiosa por ser vacinada", portanto se as pessoas que não responderem forem os outros 15%, já se atingiu "muito para além da imunidade de grupo", explica.
"O que nós temos de fazer são estratégias inteligentes", diz o vice-almirante, acrescentado que "é só um problema de organização".
O método de emitir convocatórias acima da capacidade de inoculação é forma de garantir que as faltas não prejudicam a aceleração do processo, defende Gouveia e Melo.
"Se sabemos que os SMS que nós mandamos têm uma percentagem de resposta na ordem dos 75%, nós temos que enviar 130% de SMS para a capacidade que temos", apontou.
"Vacina da AstraZeneca é eficaz e segura"
Henrique Gouveia e Melo diz que as dúvidas que surgiram sobre a vacina da AstraZeneca não estão a afetar a administração em Portugal e que o país seguiu o caminho mais seguro.
"Processo de vacinação com a AstraZeneca tem sido pouco afetado em Portugal por essa comunicação errática, que se calhar tem muito mais a ver com guerras comerciais de posicionamento no mundo do que a eficácia da vacina."
Gouveia e Melo defendeu que a vacina é "eficaz e segura" e lamentou que tenha sido "diabolizada de alguma forma na comunicação social", indicando que tem tido "um escrutínio extraordinário" que nem sempre se aplica a outras vacinas contra a covid-19.
"Qualquer pessoa que depois daquela vacina tenha uma pequena reação, isso é tudo registado. Mas nas outras, também há reações e se calhar não estão a ser registadas ou escrutinadas com tanto cuidado", argumentou.
Referiu que no caso de Portugal, "reduziu-se imenso o grau de aplicação da vacina, fornecendo-a para faixas etárias superiores a 60 anos" e que isso "aumentou a segurança da distribuição da vacina", apesar de ter diminuído a sua eficácia, porque se "reduziu o núcleo de pessoas" a quem esta era distribuída.
As autoridades de saúde portuguesas suspenderam a meio de março a aplicação da vacina da farmacêutica anglo-sueca por possíveis associações a casos raros de coágulos sanguíneos, decisão revertida poucos dias depois com um parecer da Agência Europeia do Medicamento. Finalmente, em abril, foi decidido só administrar a vacina da Astrazeneca a pessoas com mais de 60 anos.
"As vacinas também matam. Todos os medicamentos matam. Uma aspirina também mata, só que a probabilidade de matar é ínfima. A probabilidade de curar ou salvar é gigantesca", salientou.