O presidente da CONFAP - Confederação Nacional de Associações de Pais e Encarregados de Educação - realça a falta de clareza quanto à vacinação dos mais jovens.
Em declarações à SIC, Jorge Ascenção defende que a Direção-Geral da Saúde (DGS) tem de esclarecer os pais.
"Isto é um pouco descartar a responsabilidade para as famílias, quando temos pouca informação e alguma insegurança em face destes avanços e recuos da informação dada. Perante os dados, diga-se o que é melhor e se for por falta de vacinas, também que se diga. Tem é de haver clareza na informação e, de facto, tem havido aqui algum titubear que nos cria aqui alguma intranquilidade e insegurança", afirmou.
O Presidente da República reforçou a ideia de que a DGS não proibiu a vacinação contra a covid-19 de crianças saudáveis entre os 12 e os 15 anos. A decisão de vacinar está entregue aos médicos.
É certo que da conferência de imprensa da DGS, na passada sexta-feira, saiu a recomendação para vacinar crianças entre os 12 e os 15 anos com doenças associadas. Mas, em momento algum, foi proibida a vacinação de quem nesta faixa etária está saudável.
Ou seja, os pais que queiram que os filhos sejam vacinados vão ter de esperar que o agendamento para estas idades abra, o que está previsto para o final de agosto.
Se as crianças não tiveram doenças associadas, vão ter de marcar uma consulta e, se o médico concordar, basta uma prescrição para que as crianças possam ser vacinadas.
Especialistas dizem que imunidade de grupo só com a vacinação das crianças
A imunidade de grupo contra a covid-19 só poderá ser atingida se as crianças forem vacinadas, mesmo as abaixo dos 12 anos. É esta a conclusão de um conjunto de especialistas espanhóis, avança o El País.
A transmissibilidade do coronavírus, em particular da variante Delta, exige que pelo menos 90% da população esteja vacinada para que se atinja a imunidade de grupo. Um número acima dos 70% inicialmente falados, e que só é possível de alcançar, na maioria dos países, com a vacinação de crianças.
Em Portugal e Espanha, por exemplo, cerca de 11% da população tem menos de 12 anos. Neste momento, não existe nenhuma vacina aprovada para esta faixa etária.