A vacinação em Portugal e no Mundo

"O mundo vive um apartheid de vacinas"

Diretor da OMS apela aos países mais ricos que doem doses ao programa Covax.

Uma mulher recebe a vacina contra a covid-19, em Nairobi, Quénia
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O diretor da Organização Mundial da Saúde apela aos países mais ricos que doem doses de vacinas à plataforma Covax e afirma que o mundo vive um apartheid das vacinas contra a covid-19

Tedros Adhanom Ghebreyesus alertou para um défice de 190 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, até ao fim de junho, para o mecanismo de distribuição universal e equitativa Covax, codirigido pela OMS.

Segundo o dirigente da OMS, o Covax entregou à data 65 milhões de doses a 124 países, mas tem até ao fim de junho um défice de 190 milhões de doses.

Tedros Adhanom Ghebreyesus voltou a pedir aos países ricos que doem ao Covax doses compradas em excesso e que os fabricantes "honrem os seus compromissos" e "façam entregas" de vacinas "o mais rápido possível", estabelecendo inclusive acordos com empresas fabris que possam acelerar a sua produção.

"Precisamos de vacinas agora!", frisou.

De acordo com o diretor-geral da OMS, a farmacêutica Pfizer comprometeu-se a entregar ao Covax 40 milhões de doses em 2021, mas a maior parte só estará disponível durante o segundo semestre do ano.

A empresa de biotecnologia Moderna acordou a entrega de 500 milhões de doses ao Covax, mas a maioria só chegará em 2022.

"Pedimos que entregue milhares de doses ainda em 2021", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O médico etíope pediu, ainda, "financiamento imediato" para o plano de resposta da OMS à pandemia, para poder acorrer aos países mais afetados.

"A pandemia está longe de acabar", relembrou, evocando a falta de vacinas e oxigénio médico e a disseminação de variantes do coronavírus SARS-CoV-2.