O número de pedidos de ajuda por casos de violência doméstica tem aumentado nos últimos anos em Portugal. Só no ano passado, de acordo com o Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA), morreram pelo menos 20 mulheres em contexto familiar.
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) tem recebido mais de 4.000 pedidos de ajuda por ano de quem procura apoio para escapar à violência doméstica.
O perfil dos agressores é traçado da seguinte forma por Daniel Cotrim, da APAV: "Homens relativamente jovens, 25 a 55 anos, empregados, na grande maioria das situações são homens que não toleram esta ideia da separação, que a sua relação falhou e que a outra pessoa tem o direito de querer sair".
"O processo de separação ou o momento da separação são períodos de alto risco, em que é importante que as pessoas que vivem situações de violência doméstica as denunciem, peçam ajuda", explica Daniel Cotrim.
Pelo menos 20 mulheres mortas em 2024
O Observatório de Mulheres Assassinadas pede mais medidas e alerta que os números não estão a baixar: só no ano passado morreram pelo menos 20 mulheres em contexto familiar.
"Não menosprezar os sinais se eles lá estiverem. Se uma vítima diz que tem medo de que algo lhe possa acontecer, levar esse medo a sério e considerar proteger a vítima. Essas medidas de proteção passam por aumentar a utilização de prisão preventiva para situações que assim o impliquem", afirma Cátia Pontedeira, do OMA.
O Observatório pede também que seja dado mais apoio às crianças filhas de mulheres assassinadas por violência doméstica.