Um estudo da Universidade do Porto conclui que as denúncias de violência doméstica contra os mais velhos são inferiores à realidade. Perante uma sociedade cada vez mais envelhecida, os investigadores defendem que é importante apostar em campanhas de sensibilização e em mais fiscalização de lares.
A subnotificação dos casos de violência doméstica contra os mais velhos assenta em vários fatores. Um dos mais relevantes é a própria condição de muitos idosos, desde as limitações físicas e cognitivas ao medo e à vergonha de denunciar.
A equipa da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto analisou as queixas de violência doméstica apresentadas às autoridades entre 2010 e 2020, no distrito.
Em mais de 20.000 casos, apenas 1.415 denúncias eram de violência contra adultos acima dos 65 anos.
Perante uma sociedade cada vez mais envelhecida, os investigadores defendem que é fundamental investir em políticas de proximidade e em campanhas de sensibilização.
O estudo revela ainda que a violência psicológica e emocional foi a causa de quase 80% das denúncias.
A maioria das vítimas são mulheres entre os 65 e os 70 anos, sendo que os principais agressores são filhos, noras ou genros.