Hoje é o segundo dia da greve convocada por Venâncio Mondlane que coincide com a tomada de posse dos deputados e do Presidente, amanhã 15 de janeiro. Embora o cenário seja de calma relativa, devido à ausência de movimento habitual na cidade, a sensação de alerta é palpável, relata Paulo Julião, delegado da Lusa em Moçambique.
"Hoje, como ontem, não há transportes a funcionar. O comércio e os serviços estão fechados e há muito pouco movimento"
Na Avenida Acordos de Lusaca, a cerca de dois quilómetros do Parlamento, ainda é visível a mancha escura de pneus queimados durante os focos de conflito registados ontem, descreve o jornalista, referindo a atmosfera de tensão latente, com um dispositivo policial em alerta.
"A unidade de intervenção rápida está a poucos metros, munida de gás lacrimogéneo, pronta para travar qualquer manifestação nos primeiros instantes".
Amanhã, 15 de janeiro, o ambiente deverá ser semelhante, com medidas de segurança ainda mais rigorosas para a tomada de posse do Presidente.
"A Praça da Independência está vedada há vários dias por polícias e militares, tanto por razões de segurança do local como para evitar qualquer tipo de agitação social".
Estão previstas as presenças de cerca de 2.500 convidados, incluindo representantes internacionais, chefes de Estado e de governo. O acesso à zona está severamente condicionado, com bloqueios ao trânsito automóvel e a montagem de tendas para a cerimónia já concluída.
"O cenário é dominado por um forte aparato de polícias e militares, formando um cordão de segurança em torno do local da tomada de posse. Este contexto reflete o clima de tensão que se vive em Maputo".