“Este tem de ir mais para cima”, ouve-se uma voz masculina gritar. “E este tem de ir mais para baixo”, responde-lhe outra. Vestidos de preto, dos pés a cabeça, a equipa de técnicos está a estender cabos para pendurar um ecrã, junto a uma árvore.
Faltam 24 horas para a abertura do Vodafone Paredes de Coura, e ultimam-se os preparativos para o arranque do festival.
Veem-se passar tratores, carregados com paletes de cerveja e água. Junto ao palco, há gruas a trabalhar nos letreiros.
“Já está praticamente pronto”, garante à SIC o diretor do Paredes de Coura, João Carvalho.
“A infraestrutura está montada, agora são os pequenos pormenores”, diz. “É como ter uma casa nova e só falta pendurar os candeeiros!”
Só que, neste caso, os candeeiros são as luzes do palco Vodafone, que estão agora a ser testadas. Assim como o sistema de som – para já, só se ouve “white noise”, mas, dentro de algumas horas, a música já vai, literalmente, ser outra.
“A partir das 7h da manhã, já há bandas a fazer ensaios de som”, adianta João Carvalho, por isso, tem de ficar tudo pronto não tarda.
Outra coisa que ainda falta colocar, em frente ao palco, são as grades antipânico - aquelas que seguram os festivaleiros que estão mesmo lá à frente.“Ainda vai tudo ser montado hoje”, assegura o diretor do festival.
"É o festival mais complicado de se montar"
Também no segundo palco, o Palco Yorn, se ultimam alguns detalhes. “Resolvemos agora pôr uns bancos com carregadores de telemóveis”, conta o diretor do festival, que diz que esta é a altura de “olhar para o recinto e pensar o que se pode melhorar”.
Nesta altura, afirma, também se “tapa o feio”, apostando nos últimos pormenores decorativos – que passam por muita madeira, a combinar com o recinto natural onde acontece o festival.
“Para que as pessoas sintam a natureza, sintam a paz e sintam a beleza”, diz João Carvalho. “Estamos numa fase em que as pessoas estão um bocadinho azedas e queremos que saiam daqui com ternura, mais amáveis e mais amigas.”
É tempo ainda de “preparar as equipas”, porque “trabalham aqui centenas de pessoas – na bilhética, na segurança, nos bares, na produção”.
É que, apesar de já o fazerem há 30 anos, o diretor do Paredes de Coura, admite: “Este é, provavelmente, o festival mais complicado de se montar”.
“Geograficamente, o espaço é muito bonito – mas, depois, em termos de montagem de infraestruturas, as coisas são complicadas.”
Mas se a prática faz a perfeição, o Paredes de Coura é prova disso. “Podia arrancar hoje, que estava quase tudo pronto”, atira, confiante, João Carvalho.
“Neste momento, é preparar a máquina, que já está bem oleada, para amanhã começarmos bem.”