Os Estados Unidos expressaram esta terça-feira o seu “apoio” à Lituânia, membro da NATO, perante as ameaças de represálias da Rússia contra Vilnius, que aplicou restrições à passagem de bens para o enclave russo de Kaliningrado.
O porta-voz da diplomacia norte-americana, Ned Price, assegurou, em declarações à imprensa, o compromisso dos EUA com o artigo 5.º da NATO, que prevê que “qualquer ataque contra um país aliado é um ataque contra todos”.
“Apoiamos os nossos aliados da NATO e apoiamos a Lituânia”, acrescentou, saudando a implementação de sanções pelo país europeu contra a invasão russa da Ucrânia.
“Reforçamos os nossos compromissos com a Aliança e fortalecemos o flanco leste da NATO, especialmente os países que são alvo das ameaças russas”, acrescentou.
A Lituânia suspendeu, no fim de semana, a autorização de trânsito de produtos em aço e outros metais pelo seu território para o enclave russo de Kaliningrado, no âmbito das sanções decretadas pela UE contra a Rússia por ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro.
As autoridades russas reagiram com dureza e, depois de a Lituânia ter reafirmado que a decisão decorre da aplicação das sanções de Bruxelas, convocaram o chefe da UE em Moscovo, o diplomata alemão Markus Ederer, para formalizar um protesto.
Numa declaração divulgada pela agência russa TASS, a porta-voz da diplomacia de Moscovo, Maria Zakharova, avisou esta terça-feira a Lituânia de que se a Rússia caracteriza as ações de outro Estado como abertamente hostis, isso implica uma “reação correspondente”
Separadamente, o secretário do Conselho de Segurança russo, Nikolai Patrushev, afirmou esta terça-feira, durante uma visita a Kaliningrado, que a Rússia irá retaliar com medidas que terão “graves consequências negativas” para os lituanos.
Com cerca de 430 mil habitantes, Kaliningrado é um enclave russo no Báltico que faz fronteira com dois países da UE e da NATO, a Lituânia e a Polónia.
Os comboios com mercadorias para Kaliningrado viajam via Bielorrússia e Lituânia, não havendo trânsito através da Polónia.
A Rússia ainda pode fornecer bens ao enclave por via marítima sem incorrer em sanções da UE.
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