A produção de ananás da Estufaçor, em São Miguel, nos Açores, remonta ao tempo dos trisavós do proprietário, Luís Machado, que ao lado da mulher se dedica ao cultivo de ananás com base na técnica tradicional da ilha, ou seja, em estufas de vidro e em “camas” de lenha e farelo ou serrim.
O foco é sempre a qualidade, da produção à distribuição, pelo que se orgulha de terem sido "os primeiros neste século a exportar o ananás de avião, o que significa que o nosso produto é colhido e num máximo de 48 horas está na casa do consumidor, onde chega sempre fresco e num estado de maturação real”, explica o produtor deste fruto exótico de sabor único e adocicado.
Único porque a variedade produzida nesta ilha, a Cayenne, foi sofrendo mutações ao longo dos mais de 150 anos de presença açoriana, sobretudo nas duas zonas de microclima do concelho de Ponta Delgada (Lagoa e Vila Fraca do Campo), que lhe foram proporcionando características ímpares e próprias, nomeadamente em aroma, acidez, doçura e textura.
Atualmente, a Estufaçor conta com 192 estufas que “rendem” mais de 200 toneladas por ano deste fruto rico em vitaminas, minerais e em bromelaína, uma enzima benéfica para o sistema digestivo cardiovascular e para a pele, entre outros benefícios. Grande parte da produção destina-se ao mercado internacional, mas a ideia é continuar a crescer no nacional.
Para projetar a empresa no futuro, Luís Machado já está a incutir nos três filhos, a quinta geração da família, o gosto pela cultura do ananás açoriano: “Tenho muita esperança de que a empresa continue na família e que perpetue a produção deste produto que tão bem nos representa”, remata.
SUGESTÃO boa cama boa mesa
Quando começou a ser produzido em São Miguel, oriundo do Brasil, o ananás era uma curiosidade botânica de rara beleza e tinha, por isso, apenas funções de planta ornamental. Uma vez descobertas as propriedades do seu fruto, é hoje um produto DOP (Denominação de Origem Protegida).